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Entrevistas

David Carapinha, CEO & Founder da Home Tailors Real Estate

Em 2023 pode esperar-se uma estabilização nos preços dos imóveis usados

16 de dezembro de 2022

David Carapinha, CEO & Founder da Home Tailors Real Estate, assegura que 2022 será de crescimento de negócios mesmo que se tenha sentido uma desaceleração no segundo semestre do ano. Na sua opinião, em 2023 pode esperar-se uma estabilização nos preços dos imóveis usados.

sO responsável admite ainda que ão inúmeros os projectos que arrancaram e que chegarão ao mercado em 2023 e nos anos seguintes, não existindo escassez no que à nova construção diz respeito.

Que balanço faz do mercado imobiliário de 2022?

Os resultados obtidos em 2022 são os melhores dos últimos anos. A previsão de fecho de ano na Home Tailors, aponta para um crescimento superior a 25% face a 2021.

Embora sejam resultados positivos, sentimos uma desaceleração deste crescimento, resultante de um maior tempo de decisão dos compradores desde o inicio do segundo semestre.

Contribuíram para o crescimento dos resultados o investimento na nova habitação, principalmente nos maiores centros urbanos, o aumento do investimento estrangeiro num fase pós-pandémica, a procura de imóveis de segmento alto e um aumento acentuado na aquisição de  imóveis comerciais, nomeadamente escritórios e logística, com os compradores estrangeiros a representar quase 60% do total deste investimento.

A desaceleração da procura sentiu-se, essencialmente, no mercado habitacional de valor médio.

Quais os desafios que mais afectaram o mercado?

Com o primeiro trimestre de 2022 a mostrar fortes sinais de crescimento e entusiasmo por parte dos investidores e famílias numa fase pós-pandémica, o acentuar do conflito Russo-Ucraniano veio trazer preocupações e maior cautela no que ao investimento diz respeito. As indefinições que criou, fizeram-se sentir de forma mais acentuada no segundo semestre de 2022 e a imprevisão do fim deste conflito e de tudo o que daí advém, faz pairar um sentimento de incerteza.

A consequente inflação e o aumento da taxa de juro no financiamento à habitação, foram e são desafios presentes.

O que se pode esperar para 2023?

Numa fase de incerteza face ao que se segue na economia mundial, existem obviamente aspectos mais negativos que se podem acentuar.

A retração do investimento das famílias portuguesas na aquisição de habitação, principalmente nos compradores de “primeira viagem” é uma tendência presente e que certamente se irá manter.

Por outro lado, o investimento institucional e estrangeiro, embora de forma mais cautelosa, continua a dar sinais positivos. São inúmeros os projectos que arrancaram e que chegarão ao mercado em 2023 e nos anos seguintes, não existindo escassez no que à nova construção diz respeito.

Pode esperar-se uma estabilização nos preços dos imóveis usados, que não são tão directamente afetados pelos custos dos materiais de construção e que, de forma a serem competitivos no mercado de venda, têm necessariamente que competir pelo preço.

https://www.diarioimobiliario.pt/2022-pode-ser-o-melhor-ano-de-sempre-do-imobiliario-mas-em-2023-pode-abrandar