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Arquitetura no grande ecrã traz prémio para Portugal

11 de junho de 2018

Inovação é fundamental em qualquer setor, também no imobiliário não pode faltar. Trazer o cinema para a arquitectura não tinha acontecido antes mas para tudo existe uma primeira vez. A reconhecida arquiteta portuguesa Pilar Paiva de Sousa (PPS), decidiu transportar para o grande ecrã o seu trabalho através da mão do premiado realizador Nuno Rocha, com a curta-metragem “Love Story” by PPS, tendo conquistado o Prémio Platina, a mais alta distinção, no Hermes Creative Awards 2018, Concurso Internacional de Prémios para criativos envolvidos no conceito, escrita e design nos media tradicionais e emergentes.

Pilar é hoje uma referência na arquitetura e design de interiores para hotelaria e navios de cruzeiro. No vasto portfolio da empresa contam-se algumas das maiores companhias internacionais de hotelaria – Meridien, Marriott, Hilton e Accor – e de cruzeiros – a Royal Caribbean, a MSC Cruises, a Viking e a Douro Azul. Neste momento encontra-se a desenvolver o projeto de arquitectura de interiores do maior navio de cruzeiros construído em Portugal, o Douro Splendour. Além disso, a PPS está a construir os espaços comerciais e interiores de um novo mega navio de cruzeiro para a Royal Caribbean no estaleiro da STX, em França. A PPS é responsável ainda pela arquitectura de interiores do navio de expedição polar de luxo World Explorer, em construção nos Estaleiros de Viana do Castelo.

São muitos os prémios já conquistados na sua carreira, no entanto, tinha chegado o momento em que era necessário trazer inovação para o seu trabalho. “Dentro do ciclo de desenvolvimento da PPS colocou-se a necessidade de um plano de comunicação, nomeadamente para os mercados externos, do trabalho criativo da empresa. Um dos instrumentos mais comuns é um filme de divulgação”, salienta. Contudo, Pilar explica que pela natureza do seu trabalho, em que cria espaços públicos, com ênfase na hotelaria e nos cruzeiros, que são normalmente procurados pelo cinema, fazia todo o sentido mostrar os ambientes estando implicitamente presentes e que se imponham sem cair numa forma fácil e directa de mostrar o trabalho.

“Assim, tal como na vida real, através da criação de um ambiente que nós usufruímos de um hotel, o nosso trabalho acaba por se impor de uma forma subtil e nada melhor do que o cinema que o faz de uma forma natural. Em especial o cinema narrativo, pois são as histórias que melhor envolvem as pessoas e as transportam para mundos imaginários, que mais facilmente permanecem na nossa memória de uma forma latente”, adianta a arquiteta.

O êxito desta curta-metragem tem percorrido o mundo e as visualizações chegam à América do Norte e do Sul, Europa, África e mesmo Ásia. “Sem dúvida nenhuma que a qualidade do trabalho desenvolvido pelo Nuno Rocha tem sido determinante para essa abrangência”, garante Pilar.

Fazer algo fora da caixa

Para Nuno Rocha, o grande desafio deste projeto foi, “sem dúvida, criar um conceito que pudesse encaixar de uma forma elegante e romântica tudo o que este atelier de arquitctura de interiores tem para oferecer. Vender um produto como um gelado é algo muito direto, mas um serviço que não é completamente entendido por muitos, torna o desafio bem maior”, revela o realizador.

Nuno Rocha explica que a motivação da empresa foi sempre fazer algo fora da caixa, arriscar num filme diferenciador.  “O facto de nunca ter sido feito em Portugal algo deste género, mesmo a nível internacional não há muita coisa, foi a motivação extra para criar uma narrativa universal, despretensiosa e trazer o lado humano de quem está por detrás deste trabalho minucioso, requintado, com bom gosto, que é o design de interiores da PPS”, salienta.

Para o realizador a maior dificuldade encontrada, tal como nos outros trabalhos, é o tempo limitado que têm para uma rodagem. “Às vezes é preciso fazer opções, sem prejudicar a parte criativa. Felizmente a equipa técnica da produtora FilmesDaMente, bem como os atores, foram sempre muito profissionais, o que facilita em muito o meu trabalho”, lembra o realizador.

De recordar que Nuno Rocha tem no seu currículo curtas metragens tão originais como “3x3”, “Vicky and Sam” e “Momentos” (para a LG) e conta já com a longa metragem “A mãe é que sabe”.

A curta-metragem “Love Story” by PPS foi realizada num único cenário – o Hotel Château Mont Royal.

*Artigo publicado no Jornal Económico no âmbito de uma parceria com o Diário Imobiliário