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Americanos já são os principais compradores de propriedades de luxo na região de Lisboa

 

Americanos já são os principais compradores de propriedades de luxo na região de Lisboa

28 de julho de 2023

Portugal tornou-se um dos destinos preferidos dos investidores estrangeiros, muito graças às condições de vida favoráveis e aos incentivos governamentais. Apesar das mudanças anunciadas já este mês pelo Governo para o programa de Vistos Gold, ainda existem muitos motivos que atraem investidores do sector imobiliário para o país. O Relatório do Mercado Europeu de verão 2023 da BHHS - Berkshire Hathaway HomeServices apresenta a posição de especialistas sobre os mercados imobiliários da Grécia, Portugal, Espanha e Reino Unido.

Tatiana Vale, Directora de Marketing da Berkshire Hathaway HomeServices Atlantic Portugal considera que "o mercado de luxo em Portugal tem crescido significativamente nos últimos anos. Várias condições estão a ter um impacto positivo no mercado imobiliário, incluindo o estatuto de Portugal como o 4º país mais pacífico do mundo, a sua excelente qualidade de vida, a hospitalidade, os cuidados de saúde avançados, o clima... tudo isto contribui para que os investidores vejam Portugal como uma excelente opção". Tatiana Vale refere que há três tendências que prevalecem no mercado de luxo português. A 1ª é a procura de propriedades com certificações ambientais, materiais sustentáveis e design amigo do ambiente; a 2ª é a conveniência e proximidade de comodidades que permitem aos compradores "viver a vida local" e, a 3ª tendência, propriedades que possibilitam um estilo de vida mais descontraído.

De acordo com Tatiana Vale, o interesse dos americanos no mercado português está a crescer. "Eles emergiram como os principais compradores de propriedades de luxo na região de Lisboa", explicou, acrescentando que, em 2022, 6% das compras de casas no país foram feitas por cidadãos estrangeiros. Os cidadãos americanos representam 15% desse número e 40% desses compradores americanos escolheram Lisboa. "Os preços competitivos e a valorização do dólar americano são alguns dos fatores que aumentam o interesse dos americanos", acrescenta.

Michael Vincent, CEO da Berkshire Hathaway HomeServices Portugal Property, refere que “33% dos compradores de imóveis transacionados pela empresa em 2022 eram dos EUA e que a maioria procurava usufruir do Programa de Vistos Gold”. Para além das compras motivadas por este programa, "Portugal foi reconhecido como o melhor lugar do Mundo para a reforma no Global Retirement Index", acrescentou Vincent.

Relativamente ao preço a pagar por uma propriedade de luxo em Portugal, Michael Vincent afirma que "para a empresa, o nosso preço médio de venda é de cerca de 850.000 euros. Eu classifico o luxo como qualquer coisa acima de 500 000 euros, mas os preços vão até aos 40 milhões de euros para o crème de la crème. Em Vilamoura, por exemplo, 500 000 euros dão para comprar um belo apartamento. Nos Açores, consegue-se uma bela moradia de três quartos com vista para o mar e os Açores ficam a apenas 4,5 horas de Boston." No que respeita a crescimento de vendas, Michael Vincent afirma que "no ano passado, registámos um aumento de 18% nos preços do imobiliário em Portugal. Espero um aumento de 10% para este ano".

Globalmente, o mercado imobiliário sofreu grandes mudanças nos últimos anos - desde o boom da pandemia, alimentado pelo desejo de espaço e pelas baixas taxas de juro, seguido de uma correção do mercado. Em toda a Europa, a proximidade de eleições pode influenciar o custo e a facilidade do investimento estrangeiro, bem como as alterações nos programas Golden Visa em alguns países. Estes fatores são os mais importantes para o Reino Unido, Portugal e Grécia. Na Grécia, o limiar monetário para obter um visto de residência de cinco anos aumentará em 1 de Agosto de 2023 de 250 000 euros para 500 000 euros.

O relatório indica ainda que apesar de alguns investidores terem feito uma pausa, os preços das propriedades de primeira linha e dos arrendametos para férias em toda a Europa estão a subir, com os americanos ainda muito activos em mercados como a Espanha, tendo-se registado um aumento de 25% de investidores americanos em Espanha entre 2019 a 2022. O aumento do interesse deve-se a uma grande variedade de factores, incluindo o custo de vida relativamente baixo, taxa de câmbio favorável relativamente ao dólar americano, infraestrutura de transportes de classe mundial - a rede ferroviária de alta velocidade de Espanha só fica atrás da China em termos de dimensão - e um clima político e económico estável.

As cidades com mudanças mais rápidas na Europa são aquelas que beneficiam da instalação de empresas. Málaga é um excelente exemplo desta situação, tendo recebido empresas como a Google, a Bombardier, a Siemens e a Oracle.