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UE lança 2ª edição do Observatório das Cidades Culturais e Criativas onde 7 são portuguesas

9 de outubro de 2019

A Comissão Europeia lançou hoje a segunda edição do Observatório das Cidades Culturais e Criativas, um instrumento que visa avaliar e reforçar o potencial criativo e cultural das cidades europeias.

Após o êxito da primeira edição, em 2017, a nova edição apresenta um retrato actualizado da riqueza cultural e criativa da Europa, com uma amostra alargada de 190 cidades de 30 países diferentes, incluindo a Noruega e a Suíça. Sete cidades portuguesas fazem parte desta iniciativa: Braga, Coimbra, Faro, Guimarães, Lisboa, Porto e Sintra.

Observatório foi criado pelo Centro Comum de Investigação, o serviço científico e de conhecimento da Comissão, e é acompanhado de uma nova ferramenta em linha que permite às cidades acrescentarem os seus próprios dados para aprofundar a cobertura e a avaliação comparativa.

Principais conclusões da segunda edição:

·Paris (França), Copenhaga (Dinamarca), Florença (Itália) e Lund (Suécia) lideram os respectivos grupos de população, sendo que Lund se estreia entre as cidades de topo, comparativamente com a edição de 2017.

·O emprego nos sectores culturais e criativos tem vindo a crescer, em especial nas cidades do Norte e do Leste da Europa, que apresentam taxas de crescimento médias anuais de cerca de 12 %: Budapeste (Hungria), Taline (Estónia), Vilnius (Lituânia), Cracóvia e Wroclaw (Polónia), e Tartu (Estónia).

·A Europa do Norte tem o melhor desempenho macrorregional. A Europa Ocidental lidera a lista do «dinamismo cultural», seguida de muito perto pela Europa Setentrional e Meridional. A Europa Ocidental figura igualmente no topo da lista «economia criativa», seguida de perto pela Europa do Norte. As melhores dinâmicas de criação de emprego encontram-se nas cidades da Europa do Norte e do Leste.

·Na amostra de cidades analisadas, os espaços culturais situam-se geralmente a menos de 30 minutos a pé (5 minutos de bicicleta) do domicílio dos interessados, sendo facilmente acessíveis por transportes públicos.

·Os futuros fundos da política de coesão da UE podem continuar a apoiar a convergência socioeconómica e a coesão territorial, privilegiando os postos de trabalho criativos e a inovação, as ligações de transporte e a boa governação, áreas em que subsistem as lacunas mais graves.

·As cidades mais criativas e culturais são igualmente as mais prósperas: existe uma ligação positiva e estreita entre os resultados obtidos no Índice das Cidades Culturais e Criativas e os níveis de rendimento das cidades.

A primeira edição do Observatório inspirou autarquias de toda a Europa. Por exemplo, a cidade de Madrid (Espanha) utilizou os dados do Observatório para identificar os activos culturais e criativos, nomeadamente monumentos, museus, cinemas, teatros e galerias de arte, em que deveria centrar a sua estratégia de promoção da marca «Madrid» para melhorar a sua classificação internacional. Como resultado, publicou um novo folheto «Madrid - Factos e números 2018» promovendo a riqueza dos seus espaços culturais. O Observatório ajudou também a cidade de Győr (Hungria) a analisar as futuras necessidades em termos de investimento, fornecendo dados para apoiar a decisão de adoptar uma estratégia para a economia cultural e criativa 2019-2028, identificando as principais medidas a aplicar, como a criação de espaços criativos para artistas e de uma incubadora de empresas de design. A cidade de Umeå (Suécia) recorreu ao Observatório para sensibilizar as pessoas para a importância dos investimentos culturais na promoção do crescimento sustentável. 

Contexto

Lançado em Julho de 2017, o Observatório das Cidades Culturais e Criativas recorre a informações quantitativas e qualitativas para medir o potencial cultural e criativo de diferentes cidades. A informação quantitativa do Observatório é classificada em 29 indicadores correspondentes a nove dimensões políticas, que reflectem três aspetos principais da vitalidade cultural e socioeconómica das cidades:

·O «dinamismo cultural» mede o pulso cultural de uma cidade em termos de infraestruturas na área da cultura e de participação na vida cultural.

·A «economia criativa» mostra em que medida os sectores culturais e criativos contribuem para a economia da cidade em termos de criação de emprego e de inovação.

·O «ambiente propício» identifica os ativos, tangíveis ou intangíveis, que ajudam as cidades a atrair mais talentos criativos e a promover o envolvimento cultural.

Novos aspetos contemplados na edição de 2019:

·Foram acrescentadas 22 cidades europeias de 14 Estados-Membros, elevando o número total para 190;

·Foram utilizadas novas fontes de dados web (como o OpenStreetMap) para apreender de forma mais dinâmica o dinamismo cultural na Europa;

·As novas conclusões resultantes da análise espacial das infraestruturas culturais ajudam a colocar a perspectiva da inclusão social no centro da investigação, paralelamente com a riqueza económica.

O Observatório apoia a política da UE no domínio da cultura, constituindo a base para avaliar o impacto económico da Nova Agenda Europeia para a Cultura de 2018, sendo uma das acções incluídas no Quadro de Acção Europeu para o Património Cultural para garantir que o Ano Europeu do Património Cultural em 2018 tem um impacto duradouro.

O Observatório deverá ser actualizado de dois em dois anos.