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Opinião

 

Imobiliário 2020 -Trick or Treat?

30 de outubro de 2020

Afinal quais os dados que existem sobre o impacto da pandemia? 

Estando à beira de uma recessão que ameaça ser a maior desde 1980, a mais violenta e com maior amplitude dos últimos 40 anos (segundo a Fundação Francisco Manuel dos Santos) o mercado imobiliário vai continuar a resistir?

Dados mais recentes do INE demonstram que no último trimestre (2º trimestre 2020) foram transacionados menos 22% de imóveis do que no ano anterior, no mesmo período. O investimento institucional no imobiliário desceu 82% YoY no período de Abril a Agosto.

A confiança abranda, e as decisões de compras de valor elevado, como por exemplo de uma casa nova ou um investimento imobiliário, são adiadas pelo consumidor, mesmo aquele mais abastado, por existir nesta fase um conhecimento muito imperfeito do futuro.

Neste momento o imobiliário ainda resiste, tendo em conta as moratórias para particulares, o lay off e os incentivos para as empresas. Mas durante quanto tempo? Será que de alguma forma as moratórias e os lay-offs poderão evitar um novo crash imobiliário no imediato? E quando terminarem, qual será o nível da pressão no mercado que irá surgir?

Sendo verdade que o terceiro trimestre mostrou alguma recuperação, a realidade é que a pandemia na Europa não mostra forma de abrandar, com novos confinamentos anunciados recentemente.

OPORTUNIDADE  - There’s a silver lining to every cloud 

Apesar destas notícias, existe uma grande oportunidade a ser aproveitada pelas empresas neste sector, sendo esta possível de alcançar rapidamente. De acordo com o research da Cookies com dados Google, houve um aumento de pesquisas nos últimos meses sobre procuras de casa (e especificamente aumento das procuras de casa em Lisboa). E estamos a falar de procuras provenientes do mercado estrangeiro e do mercado português. Ora este é um fenómeno que não é pontual, e que já se mostra regularmente nos últimos quatro meses. 

Apesar de haver menos visitas a casas (e menos transações), houve de facto mais pesquisas para procura de casas utilizando os motores de pesquisa (+22% de pesquisas nos últimos 4 meses). Isso significa que a intenção de comprar casa existe e aumentou no digital. E esta é uma grande oportunidade a ser explorada no digital pelas empresas do setor. O digital ganhou peso nos últimos meses na importância do canal para a angariação de leads qualificadas, e definitivamente há que capturar esta oportunidade.

No final do dia, o valor de uma boa casa com melhores condições para a família não pode ser quantificado. Se o interessado tiver essa capacidade, ter uma casa que vai usufruir nos próximos anos pode valer a pena, independentemente das alterações a curto prazo do mercado. E para uma empresa deste setor, ter a arte e o engenho digital para capturar a visita online (e o interesse real) desta pessoa e fazer com que deixe o seu contacto para mais informação é fulcral para aumentar as suas vendas e melhorar a sua tesouraria!

Ao mesmo tempo não é irrelevante a continuada procura de casas para investimento, quer de nacionais, quer de cidadãos estrangeiros, que continuam a ver o imobiliário como uma forma segura de aplicação de capitais, e o nosso país um destino seguro e de bom retorno do investimento a médio prazo.

O foco nesta fase para os promotores imobiliários está na venda, na venda e na venda do portfolio disponível e em construção. Mas a competição na captação de investidores ou compradores de uma casa em Lisboa por exemplo, sejam estes portugueses, franceses, brasileiros ou ingleses é cada vez maior.

Quem for eficiente e eficaz na sua angariação, utilizando os melhores canais digitais e quem for mais assertivo na comunicação das propriedades que comercializa vai ter mais fôlego para a batalha neste soluço prolongado no mercado imobiliário e na economia. 

Rodrigo Mendonça Mergulhão

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