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Como noutras actividades, o imobiliário também encontra oportunidades em tempo de crise

25 de maio de 2021

O maior encontro do imobiliário em Portugal acontece este ano em Outubro e pelo segundo ano consecutivo, contará com público presencial, contando no entanto com uma forte componente online. O Salão Imobiliário de Portugal - SIL que irá realizar-se entre os dias 7 e 10 de Outubro, na Feira Internacional de Lisboa - FIL, no Parque das Nações, vai mais uma vez realizar-se em simultâneo com a Tektónica.

A Fundação AIP que organiza o evento, prevê que esta edição do SIL apresente um crescimento de área exposicional em virtude da atitude optimista do mercado. Sandra Bértolo Fragoso, gestora do Salão Imobiliário de Portugal - SIL, em entrevista ao Diário Imobiliário, admite que apesar de ainda se viver um período de incertezas devido à pandemia, a expectativa para a edição deste ano mantém-se positiva. Mais do que aumentar a área de exposição, o SIL está a trabalhar para melhorar a qualidade e criar um evento de acordo com as necessidades actuais do mercado. Até porque, o imobiliário tem sido um dos mais resilientes e os resultados são optimistas para este ano.

O que se espera do SIL para este ano?

Esperamos que o SIL este ano mantenha a sua tendência de recuperação crescente que vinha a ter até 2019.

Em 2020 o SIL teve uma edição especial e foi o único salão imobiliário em formato presencial e online que se realizou na Península Ibérica.

Para 2021, vamos regressar com uma forte presença dos principais players do sector, e iremos apostar em acções quer para os profissionais quer para o grande público.

De que forma esta pandemia tem afectado este evento?

A pandemia tem afectado o mundo e obviamente os eventos em geral, inclusive proibindo em muitos períodos a sua realização. No entanto, se em 2020, com resiliência, profissionalismo e muito empenho conseguimos realizar um evento seguro e compensador para aqueles que nele investiram, este ano, estamos ainda mais optimistas. A saúde pública deu um passo gigante com a vacinação e o mercado transmite-nos o desejo e a necessidade de um evento presencial que coloque frente a frente investidores, empresários, técnicos, organismos públicos e público potencial comprador.

Como irá decorrer o salão este ano? Será também em formato híbrido?

O futuro já não existe sem a complementaridade do online, ou seja, a componente virtual vai sempre promover o maior alcance dos conteúdos do SIL.

Mas o SIL, para além da exposição e apresentação dos seus activos imobiliários e os diversos produtos e serviços, conta anualmente com Conferências onde se debatem e reflectem as temáticas actuais do sector imobiliário e nas quais participam organismos sectoriais, market liders, imprensa, entre outros. Todas estas vertentes do Salão terão a sua componente presencial e digital.

Estão previstas novidades?

O SIL procura sempre corresponder às necessidades do mercado e neste momento estamos a trabalhar em acções específicas para aumentar a qualidade do Salão, quer pela presença de expositores com produto para consumidor tipo A, promover a qualidade e rentabilidade do nosso imobiliário junto dos investidores e promover oportunidades vantajosas de negócios junto do público em geral. Oportunamente, divulgaremos as novidades dentro deste contexto.

Como as empresas estão a responder à presença no SIL deste ano? 

A receptividade tem sido excelente, apesar de estarmos em sintonia com as empresas, apostando em presenças fortes e em conteúdos e não necessariamente em dimensão de área exposicional, pois apesar do ciclo de retoma que vivemos, o impacto da pandemia ainda está muito presente na economia do país.

Como analisa o mercado imobiliário neste momento? Como tem ultrapassado esta pandemia?

O sector imobiliário revelou uma resiliência assinável face ao contexto económico extremamente adverso que ainda estamos a passar.

Em 2021, o mercado imobiliário continua a evoluir favoravelmente, porém, com níveis de crescimento mais moderados, dada a incerteza quanto ao ritmo de recuperação da actividade económica e o impacto sobre a situação financeira das famílias.

Dizem os estudos que no mercado residencial de venda em Portugal, a procura foi inferior à oferta na 1ª fase, recuperando logo a seguir ao 1º confinamento e não se verificando grande alteração nos preços. Quanto ao arrendamento, já não é bem assim, decresceu a procura e consequentemente o preço.

A pandemia veio alterar os hábitos e a economia. Fomos obrigados a trabalhar em casa e muitos concluímos que a casa que tínhamos não era o espaço ideal, o que levou alguns a mudar de habitações, privilegiando as áreas exteriores, casas maiores e optando por sair dos grandes centros urbanos, outros a apostaram em remodelações. Os negócios não pararam, assumiram outros meios para se concretizarem.

Há sempre nichos e tendências a explorar e, à partida, a procura, por exemplo, por casas com mais espaço e fora dos centros urbanos, como já referi, permanecendo o teletrabalho, pode ser uma tendência para ficar. Enfim, como em qualquer outro sector, no imobiliário há que gerir oportunidades.

O SIL irá decorrer novamente em simultâneo com a Tektonica. Será um modelo para manter?

Sim, a TEKTÓNICA é a feira líder do sector da construção e, felizmente, a construção não parou e neste momento há obra nova, há oportunidades no sector. Assim, o imobiliário e a construção são sectores complementares e manteremos os dois eventos em simultâneo, mas cada um tendo a sua identidade.