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“Túnel do Marquês deveria ter ido mais longe”, diz Santana Lopes

 

“Túnel do Marquês deveria ter ido mais longe”, diz Santana Lopes

 

“Túnel do Marquês deveria ter ido mais longe”, diz Santana Lopes

24 de abril de 2017

Dez anos depois da inauguração do Túnel do Marquês (Lisboa), Pedro Santana Lopes, autor da ideia, salienta que a importância da obra é hoje “um dado adquirido”, apesar do processo difícil, e que o projecto deveria ter ido mais longe.

Em entrevista à agência Lusa, Pedro Santana Lopes (PSD), presidente da Câmara de Lisboa entre Janeiro de 2002 e Julho de 2004, lembrou o processo difícil de construção do Túnel do Marquês, inaugurado há 10 anos e hoje um “património quase colectivo”, é uma daquelas “obras que fizeram bem a Lisboa e fizeram bem às pessoas, que é para isso que a política serve”.

 

“Perderam-se quase dois anos…”

“Foi difícil, teve embargo na altura de 2004, as obras paradas no Euro 2004. Foi muito complicado. Teve muita guerrilha política, muita oposição na Câmara. Depois exigiu-se um estudo de impacte ambiental, quando a legislação da União Europeia ainda não o exigia […]. Fez-se o estudo, ganhou-se o processo em tribunal, mas perderam-se quase dois anos. Foi uma dor de alma ver as obras no centro da cidade assim”, descreveu.

O antigo autarca lembrou que, então, “a rotunda do Marquês estava completamente congestionada”.

“As pessoas já não se lembram”, disse, mostrando-se “convencido de que, se não houvesse o túnel, hoje em dia, todas as manhãs, o trânsito, que já passava na altura as portagens de Carcavelos, já devia ir no Estoril ou em Cascais”.

“Acho que é uma obra excelente e acho que com o tempo as pessoas todas aderiram à obra. Depois há os que dizem ‘não, a obra ficou boa porque eu juntei não sei o quê’. Conversa. Diziam ‘ai, o túnel é muito inclinado, é muito perigoso’… Enfim, a política tem destas coisas chatas. As pessoas inventarem coisas para discordarem mesmo do que é bom”, afirmou.

Para Santana Lopes, “a grande vantagem do túnel” é os carros andarem “muito mais depressa quando chegam ao viaduto Duarte Pacheco”.

“E por mim tinha continuado a fazer o desnivelamento no Saldanha, era o meu projecto”, disse.

 

 

“Um túnel no Saldanha…”

O social-democrata apontou a necessidade, hoje, de um túnel no Saldanha, ligando aos outros que já existem no Campo Pequeno, Entrecampos e Campo Grande.

“A minha ideia era e continua a ser libertar a superfície mais, como acontece na Avenida Joaquim António de Aguiar, para os transportes públicos. Porque quanto mais se apertam as avenidas, limita-se a circulação de carros, mas quando se limitam os carros também se limitam os transportes públicos, que, por definição, têm de andar depressa para fazer as pessoas chegar aos seus destinos e não a passo de caracol, a 10 quilómetros por hora ou menos”, afirmou.

Santana Lopes afirmou-se “convencido de que a Câmara, seja quem for que lá esteja, um dia vai chegar à conclusão de que isso é preciso”.

O Túnel do Marquês, em Lisboa, inaugurado a 25 de abril de 2007, tem 1.725 metros que ligam as Amoreiras à Avenida António Augusto de Aguiar e demorou nove anos a ser construído na sua totalidade.

O Túnel do Marquês faz um desnivelamento para circulação rodoviária entre a Avenida Duarte Pacheco, nas Amoreiras, e a Praça do Marquês de Pombal e as avenidas António Augusto de Aguiar e Fontes Pereira de Melo.

Foi concebido com o objectivo de retirar cerca de 50 mil carros por dia da superfície desta zona central de Lisboa, encurtando o tempo gasto no tráfego.

A saída do túnel para a Avenida António Augusto de Aguiar, que estava dependente de obras no Metropolitano, foi inaugurada a 5 de Abril de 2012.

Lusa/DI