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Sustentabilidade

 

Portugal no 5º lugar do Top Mundial na renovável com o mix de produção de electricidade

16 de julho de 2019

No relatório anual Renewables Global Status Report (GSR) 2019, publicado pela REN21, Portugal surge em 5º lugar do Top Mundial no que se refere à incorporação de renovável variável no mix de produção de electricidade, posicionando-se entre a Alemanha e a Espanha.

Este ano, o relatório alerta para “políticas erráticas” que têm vindo a ser aplicadas em alguns países, que servem de barreira ao necessário desenvolvimento das energias renováveis, responsáveis por cerca de um quarto (26%) da produção mundial de electricidade.

A Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN) indica em comunicado, que o relatório destaca a crescente representatividade dos centros electroprodutores renováveis no portefólio mundial, que hoje se estima ser acima de 33% da capacidade instalada total (cerca de 7 000 gigawatts (GW)). Em 2018 foram instalados 181 GW de nova capacidade renovável, dos quais 100 GW correspondem a solar fotovoltaica (capacidade suficiente para, por exemplo, suprir mais de 25% da procura de electricidade em França).

No entanto, a falta de políticas ambiciosas e continuadas em vários países que promovam a descarbonização nos sectores de aquecimento, arrefecimento e transportes indica que não se está a maximizar os benefícios da transição energética, que incluem, por exemplo, a melhoria da qualidade do ar e, consequentemente, a da saúde das populações.

Segundo Rana Adib, Secretário Executivo da REN21, “poderia haver um avanço importante se os países eliminassem os seus subsídios aos combustíveis fósseis, que estão a impulsionar a energia suja”. Políticas ambiciosas e a criação de enquadramentos regulatórios adequados são medidas consideradas como fundamentais para a criação de condições favoráveis e competitivas, que permitam o crescimento da energia renovável e a substituição dos combustíveis fósseis que, além de mais caros, são emissores de Gases com Efeito de Estufa. De facto, o relatório afirma que em 2017 foram ainda aplicados subsídios aos combustíveis fósseis em 112 países, estimados em aproximadamente 300 mil milhões de dólares.

No que se refere aos sectores do aquecimento, arrefecimento e transportes, os desenvolvimentos não são tão pronunciados, uma vez que as renováveis integram apenas 10% da energia utilizada para aquecimento e arrefecimento e pouco mais de 3% nos transportes, existindo ainda um leque de oportunidades para que estes desempenhem o seu relevante papel na transição energética. Este desequilíbrio deve-se, em grande parte, ao apoio insuficiente ou instável das políticas existentes, tendo mesmo sido verificada uma redução do número de países com políticas específicas para incorporação de renováveis nestes sectores.

Apesar do apoio deficitário, estão a ser implementadas iniciativas nestes sectores. Os biocombustíveis sustentáveis, os veículos eléctricos e as políticas de mobilidade sustentável estão a reduzir a dependência geral de combustíveis fósseis no sector dos transportes. Ao nível do aquecimento e arrefecimento, as políticas incluem certificação energética de edifícios, incentivos ao calor renovável e objectivos específicos de incorporação de renovável neste sector, bem como abordagens indirectas como a aplicação de taxas de carbono (consideradas subutilizadas pela REN21).

"Este relatório serve assim de chamada de atenção ao longo percurso que ainda temos pela frente, destacando que são necessárias metas climáticas mais ambiciosas a nível mundial, e como base para identificação de um conjunto de oportunidades que podem servir de benchmarking para a transição energética", revela a APREN.