Práticas ambientais, sociais e de gestão têm impacto no custo dos imóveis
A Cushman & Wakefield, consultora global em serviços imobiliários, publicou, recentemente, um estudo sobre o ESG (Environmental, Social and Governance), o seu impacto na economia e a influência no sector imobiliário.
O ESG é um conjunto de melhores práticas ambientais, sociais e de gestão que devem ser adotadas por todas as empresas preocupadas em minimizar o impacto das suas ações e cumprir com as normas em vigor. Empresas com políticas de ESG consequentes podem reduzir a sua pegada de carbono, aumentar a retenção de colaboradores, serem mais transparentes e consequentemente, atrair mais investidores.
Em Portugal, à medida que são implementados requisitos regulamentares para o aumento das normas de eficiência na energia, qualidade do ar ou emissões de carbono, a sustentabilidade torna-se um tema imprescindível.
Segundo a Cushman & Wakefield, existem vários factores que levam a um maior investimento em políticas ESG. Desde logo, a mudança de paradigma regulatório quanto às emissões de dióxido de carbono e às mudanças climáticas. A chegada dos millennials – sobretudo das mulheres – a posições de topo é também uma mudança geracional importante. As iniciativas ESG ajudam a mitigar o risco de obsolescência dos imóveis, melhoram as relações das empresas com a comunidade e, consequentemente, o impacte social do imobiliário. Tudo isto ajuda a atrair e reter talento, e também capital - já que este tema é hoje a primeira prioridade dos grandes investidores. O próprio financiamento bancário ao imobiliário estará, também ele, cada vez mais condicionado ao cumprimento de critérios ESG.
Para Paulo Sarmento, International Partner & Head of Transactional Services da Cushman & Wakefield Portugal, "os edifícios que não cumpram os requisitos ESG terão maior dificuldade em obter investidores e ocupantes, num mercado em que a sustentabilidade é uma aposta essencial. Com efeito, o valor dos imóveis será muito condicionado pela sua resiliência a longo prazo. Os investidores procuram imóveis "à prova do futuro", e isso será fortemente determinado pela adesão estrita a critérios ESG – não só na questão ambiental, mas também nos âmbitos social e de governança".