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Portugal sobe duas posições no ranking global de competitividade e alcança o 37º lugar

16 de junho de 2020

No ranking global de competitividade do IMD World Competitiveness Center, Portugal regista uma subida de duas posições face a 2019, escalando do 39º para o 37º lugar.

Portugal volta a subir no ranking dos países mais competitivos a nível mundial, segundo o ranking de competitividade do IMD World Competitiveness Center, divulgado hoje. O IMD World Competitiveness Ranking coloca Portugal na 37ª posição do ranking das economias mais competitivas a nível mundial, subindo duas posições face a 2019, sendo o pódio agora ocupado por Singapura, Dinamarca e Suíça.

Porto Business School é, pelo quinto ano consecutivo, parceira exclusiva nacional do IMD para Portugal na elaboração deste ranking.

Segundo o ranking, que avalia factores como o desempenho económico, a eficiência das empresas, das infraestruturas e do Governo, este é o melhor resultado alcançado pelo nosso país desde 2018, o que reflecte uma economia mais sólida, influenciada pela inflação dos preços ao consumidor, pela exportação de produtos e por receitas turísticas – factores que figuram no topo da lista das suas maiores forças económicas.

Hong Kong e Estados Unidos da América, que integraram o top 3 de 2019, registam uma descida significativa face aos resultados do ano anterior. Hong Kong desce três posições (do segundo lugar para o quinto), enquanto os Estados Unidos descem do terceiro para o 10º lugar.

Ainda sobre a sua performance económica, Portugal destaca-se na categoria de Preços, convertendo-se no 30º país mais competitivo a nível mundial, seguindo-se o Comércio Externo, que confere ao país a 31ª posição, à semelhança do ano anterior.

De destacar também a 22ª posição ocupada por Portugal nas categorias de Estrutura Social e Legislação Empresarial, mas também a sua pontuação a nível de Infraestruturas Educativas, Saúde e Ambiente, que justificam a sua 24ª posição.

Também a par com os resultados do ano passado, a mão-de-obra qualificada (75.9%), o custo de oportunidade (65.1%) e a estabilidade das infraestruturas (61.4%) continuam a ser os principais indicadores de atractividade do país.

Quanto às metas para 2020, estas estão focadas em garantir um crescimento estável e alto do PIB num contexto de restrições económicas internacionais, e na adopção de um quadro fiscal favorável às empresas e ao investimento, que permita reforçar ainda mais a competitividade de Portugal.

De acordo com Daniel Bessa, economista e antigo dean da Porto Business School, "em 37º lugar, Portugal recupera duas das seis posições perdidas em 2019. O resultado seria francamente melhor se não fossem alguns pontos fracos que continuam a prejudicar a nossa competitividade, vindos tanto das políticas públicas (53ª, entre 63 países avaliados, em matéria de política tributária) como das empresas (52ª, entre os mesmos 63 países, em matéria de práticas de gestão). Ajudam também muito pouco, agora em termos de ambiente económico global, os baixíssimos níveis tanto de poupança como de investimento, de tudo resultando uma expectativa de crescimento económico futuro muito baixo".

Singapura reforça a sua liderança na lista dos países mais competitivos, ocupando agora o 1º lugar do ranking, consequência do forte desempenho da sua economia, assente no grande comércio e investimento internacional, mas também nas medidas estabelecidas para o emprego e mercado de trabalho. A robustez do seu sistema educativo e das suas infraestruturas tecnológicas também ajudam a solidificar a sua competitividade, principalmente no que diz respeito ao mundo das telecomunicações, velocidade da Internet e exportações tecnológicas.

Este ano, o grande salto competitivo foi dado pela Dinamarca e pela Suíça, que passaram a figurar no top 3 dos países mais competitivos do mundo – um pódio que em 2019 era ocupado por Hong Kong e pelos Estados Unidos da América.

Enquanto a Dinamarca registou um crescimento significativo, passando do oitavo para o segundo lugar, a Suíça subiu apenas da quarta para a terceira posição face ao ranking anterior. Segue-se a Holanda na lista, que passa agora a integrar o quarto lugar. Estes resultados demonstram uma ascensão das pequenas economias, com destaque para países europeus onde o mercado de trabalho e os seus sistemas de saúde e educação, bem como a robustez do seu comércio internacional, são indicadores de uma economia cada vez mais forte e com uma grande performance.

Efeitos da Pandemia já se fazem sentir

O contexto que atravessamos é ímpar e já está a trazer consigo muitas alterações significativas para todos os países a nível mundial. Se, por um lado, os resultados do ranking de 2020 revelam que países com economias mais pequenas, situados mais no norte da Europa, estão a tornar-se mais competitivos, por outro, assistimos à descida de grandes potências como os Estados Unidos da América – que desce sete posições no ranking deste ano, do terceiro para o décimo lugar – mas também da China – que caiu do 14º para o 20º lugar.

Já o Reino Unido escalou do 23º lugar para o 19º, o que poderá estar relacionado com a perceção criada pelo Brexit de um ambiente mais favorável e propício para as empresas. Com este declínio das grandes potências e a solidificação do sistema económico das mais pequenas, começam a surgir questões que levam a questionar o futuro da globalização e o que se avizinha para o quadro económico-financeiro mundial.

Pode consultar o relatório AQUI