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Paylend: A fintech portuguesa que adianta honorários a consultores imobiliários

21 de abril de 2021

O jovem empreendedor Diogo Cunha fundou a Paylend no final de 2018,  trabalha com mais de 300 agências, mais de 1.000 consultores e já adiantou mais de quatro milhões de euros em honorários.

E como funciona a Paylend? De forma rápida e intuitiva, a fintech permite que os consultores imobiliários passem a controlar o momento em que recebem os seus honorários em vez de terem de esperar pela escritura ou ciclos de pagamento das agências.

É ainda no ano da sua fundação, que a rede RE/MAX reconhece as mais valias do serviço Paylend, e que quase de imediato se começa um teste de conceito. Em 2019 foi o ano de lançamento oficial e conseguiu assinar com quase 100 agências, chegando a mais de 300 consultores, adiantado mais de  1 milhão de euros.

2020 foi um ano de afirmação, mesmo com a pandemia conseguiu crescer na casa dos 200% e por isso hoje já trabalha com mais de 300 agências, mais de 1.000 consultores e adiantou mais de  quatro milhões de euros. 

Em entrevista ao Diário Imobiliário, Diogo Cunha explica os desafios deste negócio.

Como surgiu e em que consiste a Paylend?

A PayLend é uma fintech portuguesa que, de forma rápida e intuitiva, permite aos consultores imobiliários controlarem o momento em que recebem os seus honorários em vez de terem de esperar pela escritura ou ciclos de pagamento entre agências. Isto é feito mediante a antecipação de comissões.

A ideia para o negócio surge após uma conversa com Paulo Caiado, administrador e nroker no RE/MAX SIIM GROUP, onde ele partilha que falta um serviço no mercado que remova a pressão financeira sobre o consultor após fecho do negócio.

O que traz de novo ao mercado imobiliário?

Uma solução que valoriza os contratos celebrados e que permite transformá-los em liquidez de forma quase imediata, libertando o broker para que este possa focar a sua tesouraria no crescimento do seu negócio, e dando ao consultor uma forma profissional de aceder às suas comissões sem ter de pedir favores a ninguém.

Quais as mais-valias para quem uiliza a Paylend?

Damos mais controlo e poder ao consultor pois é ele que decide quando recebe a sua comissão. Este controlo traz mais valias numa vertente motivacional, pois o consultor deixa de ter de esperar três a seis meses para ver o seu trabalho ser capitalizado. Numa vertente puramente financeira, o consultor passa a poder aceder às suas comissões ainda em pipeline para iniciar novos investimentos, ou enfrentar despesas inesperadas sem cair na "armadilha da dívida".

Como tem sido a adesão?

Por norma as pessoas têm muito medo de falar e analisar assuntos relacionados com dinheiro, levando a que muitas vezes as soluções sejam erradamente interpretadas. Ainda hoje, são muitos os que não percebem a diferença entre a PayLend e um cartão de crédito. Sendo que, na realidade, um dos nossos objectivos é precisamente reduzir a utilização de cartões de crédito e empréstimos por parte dos consultores imobiliários.

A adesão tem sido boa, mas o trabalho de implementação e divulgação do serviço tem sido desafiante.  O ano de 2019 foi o nosso ano de lançamento, e conseguimos assinar com quase 100 agências, chegando a mais de 300 consultores e adiantado mais de 1 milhão. O ano de 2020 foi um ano de afirmação, mesmo com a pandemia, conseguimos crescer na casa dos 200%. Hoje já trabalhamos com mais de 300 agências, mais de 1.000 consultores, e já adiantámos mais de quatro milhões.

De que forma a vossa startup e o vosso produto vai ajudar o mercado imobiliário?

Contribuímos em quase todas as vertentes do sector ao potenciar um melhor serviço aos clientes, sejam eles compradores ou proprietários, e uma maior profissionalização.

De forma directa, ao consultor damos mais controlo contribuindo para a sua felicidade e bem estar como profissional do sector imobiliário. E sabe o que dizem? consultores felizes, clientes felizes!

De forma indirecta, ao dar mais controlo ao consultor sobre o momento em que recebe, acabamos por estar a potenciar um melhor serviço ao cliente, visto que o cliente passa a ser o foco do consultor em vez dos honorários a receber. Por exemplo, as chamadas para marcação da escritura passam a ser genuínas e não apenas porque temos uma comissão a receber após esse momento, e os clientes sentem isso.

Como tem sido a implementação neste momento de pandemia?

Com a pandemia estamos a sentir duas coisas:

Primeiro, uma redução no número de transacções em Lisboa (localização onde o serviço está melhor implementado), com impacto directo no nosso volume de negócio. Menos transacções resultam obviamente em menos comissões para antecipar.

Segundo, uma redução do consumo e do investimento devido à incerteza. Se a redução do consumo pode até ser positiva, o decréscimo do investimento já é mais preocupante. Dito isto, temos vindo a sentir um aumento gradual à medida que as pessoas retomam alguma confiança. Março foi um mês forte.

Como vê o futuro e o que perspectiva para este mercado?

Encontramos no sector imobiliário um ambiente muito positivo de concorrência entre redes que as obriga a estarem sempre na vanguarda da inovação. Estou convicto que a RE/MAX vai continuar a crescer assim como nós e o resto do sector com ela.