Geração “menos é mais”. Mudam-se as vontades, mudam-se os espaços

Os millennials priorizam a experiência, a história que nasce da aventura, e começam a desfazer-se dos objectos que “só ocupam espaço”. Deixaram de se interessar pelo sonho da casa grande que a sociedade lhes vendia.

De acordo com um estudo da consultora Worx, já ninguém vive no presente. Estamos todos a ansiar pelo que vai chegar ou a revisitar o que passou, o scrolling está vivo. Em todo o lado, a toda a hora. A febre das redes sociais faz com que estejamos em todo o lado e em lado nenhum. "E se os millennials são a geração que mais tem contacto com a tecnologia no dia-a-dia, também é esta geração que expressa o desejo de ter uma vida com mais significado. O minimalismo parece fornecer parte da resposta na procura por este significado: eliminar o supérfluo e focar no essencial, ou seja, menos é mais".

Os millennials priorizam a experiência, a história que nasce da aventura, e começam a desfazer-se dos objectos que “só ocupam espaço”. A consultora refere que esta geração não está disposta a abdicar de energia na arrumação de um sem fim de objectos. A sua energia é utilizada a cuidar do que valorizam, e os bens materiais são uma parte muito reduzida da lista. Esta filosofia também se reflecte nas suas preferências de habitação, deixaram de se interessar pelo sonho da casa grande que a sociedade lhes vendia.

Mudam-se as vontades, mudam-se os espaços

Estes novos clientes (millennials) têm exigências diferentes das gerações anteriores, e os seus gostos e preferências estão em constante transformação. Conforme refere Joana Barreto Cid, Head, Head of Architecture for Brands, “o minimalismo pode (e deve) estar associado à própria arquitectura dos espaços, ditando a construção de espaços mais abertos e práticos, espaços diferenciadores.”

O uso de materiais de construção ecológicos e o aproveitamento dos recursos naturais no interior das habitações é muito relevante, também devido à preocupação com as questões ambientais. Segundo o Schroders Global Investor Study 2018, os milennials são o grupo que mais aposta em investimentos que contemplam a dimensão “sustentabilidade”.

Outro ponto importante é o predomínio da tecnologia, as funcionalidades da habitação deverão ser controladas através de dispositivos móveis. Mas, se por um lado os millennials estão mais dependentes e receptivos à tecnologia, por outro lado pedem espaços de trabalho onde exista proximidade e áreas de convívio, fomentando a interação e cooperação entre colegas.

"O foco dos millennials está na sustentabilidade e nas funcionalidades dos espaços, o que exige ao mercado um portefólio de imóveis com menores dimensões, uma vez que o espaço necessário é menor, e mais flexíveis para se adaptarem às preferências em mudança", conclui o relatório.