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Arrendamento

 

Rendas vão ter em 2024 o maior aumento em 30 anos

26 de dezembro de 2023

As rendas vão ser actualizadas em 6,94% em 2024, o valor mais alto desde 1994, com a subida a ser parcialmente atenuada pelo reforço do apoio aos inquilinos e da parcela das rendas que pode reduzir o IRS.

Ao contrário do que sucedeu em 2023, em que a subida das rendas ficou limitada a 2%, em 2024 estas podem aumentar em linha com o indicador de inflação que serve de referência para a sua actualização e que, segundo o valor apurado pelo Instituto Nacional de Estatística - INE, é de 6,94%.

Para alguns inquilinos a subida poderá, no entanto, ser mais acentuada já que a lei permite ao senhorio somar a este valor o dos dois anos anteriores – caso tenha optado por não actualizar as rendas em 2022 e 2022.

Nestes casos, aos 6,94% podem, assim, ser somados, os 2% permitidos em 2023 e os 0,43% relativos ao ano anterior. Mas pode também suceder que não haja aumento, já que a atualização das rendas não é obrigatória e o senhorio pode optar por não o fazer.

De acordo com a lei do arrendamento, a primeira actualização pode ser exigida um ano após a vigência do contrato, e as seguintes um ano depois da atualização prévia, tendo o senhorio de comunicar por escrito, com uma antecedência mínima de 30 dias, o coeficiente de actualização e a nova renda que resulta deste cálculo.

Para atenuar o esforço dos inquilinos com este aumento esperado para 2024, o apoio à renda foi alargado em 4,94%. Em causa está um reforço do subsídio atribuído a famílias com uma taxa de esforço superior a 35% com o pagamento da renda.

Ao mesmo tempo, a parcela das rendas dedutível ao IRS e que ajuda a reduzir a fatura com este imposto vai aumentar dos actuais 502 euros para 600 euros. Ao contrário das duas situações anteriores, esta apenas terá efeitos práticos em 2025, quando for entregue a declaração anual do IRS.

Em 2024, as chamadas rendas antigas (que já não vão transitar para o Novo Regime do Arrendamento Urbano – NRAU) vão também poder ser atualizadas com base no coeficiente que resulta da inflação, uma solução que mereceu fortes críticas por parte das associações de proprietários.

O previsto apoio aos senhorios de inquilinos do regime das chamadas rendas antigas, e que deverá corresponder à diferença entre a renda e o valor que resultaria do equivalente até 1/15 avos do valor patrimonial do imóvel em causa, será definido pelo próximo Governo.

Por outro lado, e com o objectivo de estimular a entrada de mais casas no mercado de arrendamento habitacional, o programa Mais Habitação (que entrou em vigor em Outubro) reduziu de 28% para 25% a taxa especial aplicável a esta tipologia de rendimentos para contratos até cinco anos, havendo reduções mais significativas, face ao modelo que vigorava, nos contratos mais longos.

LUSA/DI