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Habitação by century 21

Ilustração Freepik

Rendas continuam a aumentar na Europa, mas regista-se um abrandamento

8 de janeiro de 2024

O International Rent Index da HousingAnywhere - uma das maiores  plataformas de arrendamento de médio a longo termo da Europa - relativo ao 4º trimestre de 2023 regista um aumento do preço das rendas de 5,8% em relação ao ano anterior, o valor mais baixo registado em 2023.

Lisboa, que no segundo trimestre de 2023 era a cidade mais cara para arrendar um apartamento, cai agora para a oitava posição entre as 23 cidades europeias analisadas.

As cidades do sul da Europa registaram os aumentos anuais mais acentuados para os apartamentos, entre elas o Porto (16,9%).

Em 2023, segundo aquela plataforma, as taxas de aumento anuais (YoY) têm vindo a diminuir a cada trimestre, e o ano fecha com o valor mais baixo, de 5,8%. A plataforma de arrendamento de médio prazo na Europa revela também uma variação trimestral de -0,6%, após o aumento habitual das rendas registado no terceiro trimestre do ano, devido ao facto de ser a época alta da mobilidade dos estudantes internacionais e dos jovens profissionais.


Variações trimestrais das rendas nas cidades portuguesas

Nas cidades portuguesas, Lisboa viu a maior variação trimestral nos apartamentos, -15,8%. Os quartos também seguem a tendência negativa, com -5%. Só os estúdios viram uma subida nos preços das rendas, que se fixou nos 6,4%. No mesmo período, o Porto viu as rendas dos apartamentos descerem 15%. Os quartos não sofreram alterações, e os estúdios apontam uma variação de +28,4%.


Variações anuais das rendas nas cidades portuguesas

No que toca à variação anual dos preços das rendas de apartamentos, Lisboa viu um decréscimo de -11,3%. No entanto, os quartos e os estúdios aumentaram 14% e 37,5% face ao período homólogo, respectivamente. O Porto registou um aumento ano após ano em todos os tipos de imóveis. Os apartamentos estão 16,9% mais caros, os quartos aumentaram 6,5%, e os estúdios 11,9%.

"Ao nível europeu, o aumento anual do preço das rendas registado neste trimestre é o aumento de preços mais baixo a que assistimos desde os 3,8% do 3.º trimestre de 2021, o que indica uma evolução positiva relativamente à acessibilidade da habitação na Europa", afirma Djordy Seelmann, CEO da HousingAnywhere. "Para que esta tendência se mantenha, será fundamental resolver os desafios da oferta de habitação nos destinos mais procurados da Europa em 2024".



Top 10 Ranking do preço absoluto por tipo de imóvel

Em relação aos quartos, Amesterdão lidera como a cidade com o preço mais elevado, com 940€, seguida à distância por Colónia (850€), Munique (850€) e Haia (820€). Pelo contrário, as cidades tradicionalmente menos caras neste tipo de propriedade registam alguns dos maiores aumentos de preços anuais. Por exemplo, Lisboa (14%), Florença (13,2%), Roma (11,3%) e Valência (7,1%) demonstram como as cidades estão a recuperar os preços à medida que a crise pan-europeia do arrendamento de habitação continua. Contrariamente a esta tendência, Utreque, nos Países Baixos, uma das cidades com os preços mais elevados para quartos na Europa, registou também o maior aumento anual das rendas (16,5%).

Relativamente aos estúdios, Munique é a cidade com o preço mais elevado, 1.570€, seguida de Utreque (1.425€), Hamburgo (1.418€) e Paris (1.351€). À semelhança da tendência para os quartos, Valência e Lisboa - com rendas de 900€ e 1.100€, respectivamente - registaram os maiores aumentos de preços anuais para estúdios, com um aumento de 48,8% para Valência, seguida de Lisboa (37,5%). Bruxelas (803 euros), Turim (720 euros) e Budapeste (600 euros) são as cidades mais acessíveis para este tipo de imóvel.


Cidades italianas sobem no ranking das cidades com os preços mais elevados para apartamentos

Relativamente aos apartamentos, o panorama é mais diversificado. Enquanto as cidades holandesas e alemãs continuam a ocupar os lugares mais elevados em termos de preços absolutos e Amesterdão mantém o primeiro lugar com 2.200 euros, as cidades italianas Roma (2.000€) e Milão (1.850€) ocupam o segundo e terceiro lugares. Se no último trimestre estas duas cidades já se encontravam entre as 10 com preços mais elevados para apartamentos, no quarto trimestre subiram na classificação. Pelo contrário, Lisboa, que no segundo trimestre era a cidade mais cara, cai agora para a oitava posição. As cidades do sul da Europa, Valência, Porto e Madrid, registaram os aumentos anuais mais acentuados para os apartamentos, com 18,2%, 16,9% e 15,5%, respectivamente.