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Amoreiras - futura Praça Central - Imagem DR

«Jóias» do imobiliário do Novo Banco estão à venda por 365 M€

30 de maio de 2023

O Novo Banco  colocou no mercado um pacote de quatro projectos que constituem as pedras mais preciosas do seu portefólio de activos imobiliários. Pela sua extraordinária localização e valor, o banco, através da sua subsidiária responsável pelo imobiliário, a GNB Real Estate (GNBRE) não se limitou a manifestar a intenção de os alienar, como aconteceu anteriormente com a generalidade dos activos imobiliários que vendeu, antes tratou de os valorizar através de projectos urbanísticos e arquitectónicos apelativos para empresas e fundos que os pretendam adquirir e promover. E o interesse foi tanto que, até ao momento, são já 90 o número de investidores  que assinaram acordos de confidencialidade, prevendo-se que um número bastante elevado de manifestações de interesse não vinculativas venham ainda a concretizar-se já que o prazo termina na primeira quinzena de Junho.


Terreno das Amoreiras: há 20 anos em «pousio»! - Imagem NB


Amoreiras: o segundo maior terreno no centro de Lisboa, há duas décadas «em pousio»...

O vasto terreno que outrora acolhia o Hospital Militar, na Rua da Artilharia Um, às Amoreiras é, dos quatro projectos, aquele que tem maior valor e dimensão. São 133 mil m2 de área bruta de construção acima do solo, distribuídos por seis lotes, com um valor de oferta de 240 milhões de euros. O terreno chegou a ter um projecto arquitectónico-urbanístico, elaborado no início do século pelo mega-gabinete norte-americano de arquitectura e planeamento urbano Skidmore, Owings & Merrill (SOM), mas o mesmo não passou do papel e da visualização 3D, embora o loteamento e o projecto tenham sido aprovados pela autarquia da capital. O promotor era a Temple, de Vasco Pereira Coutinho, que após o desenvolvimento de vários projectos de referência em Lisboa acabou por colapsar com a crise de 2007-2008, passando os seus activos a integrar maioritariamente o portefólio do Novo Banco.


Amoreiras Vista para a praça central - Imagem DR

Em 2018,  a GNB Real Estate abriu um concurso de ideias por convite a cinco ateliers de arquitectura (três portugueses e dois estrangeiros), com o objectivo de apresentar à Câmara de Lisboa uma reactualização do projecto das Amoreiras. O projecto vencedor foi o do atelier espanhol b720 - Fermín Vázquez  com três diferenças fundamentais em relação ao projecto da SOM: um aumento substancial da parte residencial, 683 apartamentos em vez dos 570 iniciais; diminuição da área de escritórios (47 mil m2, menos 10 mil m2 que na versão anterior) e a construção de uma grande praça pública (tão grande como a Praça do Comércio, dizem-nos) para usufruto da população, áreas de comércio ao nível do embasamento e saídas várias que facilitam o trânsito pedonal entre as várias artérias da zona, o que é manifestamente impossível agora e que o primeiro projecto não contemplava. É este projecto que a GNB Real Estate espera que o executivo camarário venha a aprovar em breve.


Olivais Sul - residencial - Imagem DR

Olivais Sul: Escritórios e... habitação (de renda acessível ?)

Situado junto à antiga rotunda do Baptista Russo, em Moscavide, hoje ocupada pela sede da Xerox e uma mega-store da Decathlon, o projecto Olivais sul,  o segundo do Nova Banco em Lisboa, é constituido por 3 torres, num total de 90 mil m2 e área bruta de construção acima do solo, metade da qual é destinada a escritórios. A outra metade estava destinada a apartamentos turísticos e residenciais, mas a GNB Real Estate  está negociar com o município de Lisboa a possibilidade dos 256 apartamentos previstos se destinarem a arrendamento acessível, assumindo a CML o papel de único inquilino, subarrendando depois as fracções ao abrigo do Programa de Renda Acessível, uma engenharia muito utilizada em algumas cidades europeias mas que em Portugal ainda não foi aplicada.


Projecto de Olivais Sul - Imagem DR

O projecto, que aguarda aprovação de loteamento,  tem um pedido de oferta 43 milhões milhões de euros.


Dois projectos no coração do Algarve

Os dois projectos no Algarve, situados próximos da frente de mar totalizam 84 milhões de euros de oferta: Benagil, (52 M€) e Arade (32 M€).


Projecto de Benagil - Imagem DR


Projecto de Benagil - luxo requintado - Imagem DR

O primeiro é um projecto turístico vocacionado para o mercado de alto luxo constituído por 11 lotes, com quase 59 mil m2 de área bruta de construção no total e que integra um hotel de 150 quartos, 5 villas, 242 moradias em banda e 288 moradias de «marca». O projecto pertenceu em tempos à Obriverca, de Eduardo Rodrigues, na altura um dos grandes, senão o maior promotor imobiliário nacional, mas acabou por ir parar aos activos do Novo Banco na sequência da crise de 2007-2008 e da implosão do Grupo BES. O projecto tem o loteamento e autorização ambiental aprovados e aguarda a aprovação do loteamento por parte da Câmara Municipal de Lagoa.

Segundo Nuno Nunes e Gonçalo Santos da CBRE e da JLL, consultoras que estão a assessorar o Novo Banco nesta operação, o projecto de Benagil poderá constituir um projecto de altíssima qualidade, num patamar de sofisticação, sustentabilidade e de requinte ainda não visto no Algarve e de que a região carece.


Projecto do Arade - Portimão - Imagem DR


Projecto do Arade - Portimão - Imagem DR

Já o projecto do Arade, no concelho de Portimão, situado junto à marina e à Praia da Rocha pretende ser um misto de turismo e de oferta de habitação para os algarvios de classe média-alta.  O projecto tem dimensão para constituir uma marca de referência e qualidade no concelho e na sua frente marítima, com um potencial de área bruta de construção de 116 mil m2 acima do solo, assim distribuídos: hotel com 153 quartos, 613 apartamentos turísticos e 652 apartamentos residenciais. Quer o loteamento quer a aprovação ambiental foram já aprovados e o projecto de infraestruras já foi apresentado à autarquia de Portimão.

Destaque para a enorme praça que o projecto prevê junto à marina, um espaço de convívio, de lazer e de eventual organização de grandes eventos.

O projecto tem a assinatura do atelier de arquitectura de Pedro Campos Costa.