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Filial de grupo francês compra mais uma quinta no Douro

26 de outubro de 2023

Após a compra recente da Quinta de São José em Ervedosa do Douro a Falua adquire a Quinta do Mourão, onde Ramalho de Ortigão escreveu “As Farpas”, no final do séc. XIX.

A Falua, filial portuguesa do Grupo Roullier para a actividade vitivinícola, acaba de adquirir a Quinta do Mourão, em Cambres - Lamego, numa aquisição que sucede a da Quinta de São José, recentemente adquirida também no Douro. Com esta expansão, a Falua totaliza cerca de 100 hectares no Alto Douro Vinhateiro e reforça o posicionamento no sector do vinho em Portugal, com operação em três regiões demarcadas.

A Quinta do Mourão tem uma história secular que está intimamente ligada à história do vinho do Porto, sendo já representada em 1843 no “Map of the Douro” de Joseph James Forrester, Barão de Forrester. Com 77 hectares, dos quais 50 hectares são de vinha – alguns deles de vinhas velhas -, a Quinta do Mourão produz vinhos tranquilos de grande qualidade, mas é nos vinhos do Porto que verdadeiramente se destaca, tendo um valioso stock de vinhos do Porto antigos. O impressionante portfólio, em Portos Brancos e Tawny, abrange vinhos dos 10 aos raríssimos 150 anos, todos com uma elegância surpreendente, uma concentração desconcertante e um poder histórico de terroir e qualidade inigualáveis.

A propriedade principal – que dá o nome ao conjunto – com a frente de rio, é uma ilustração do Douro autêntico e de toda a sua beleza.


Casa onde Ramalho Ortigão escreveu "As Farpas" Foto cortesia Quinta do Mourão


A Quinta da Poisa, integrada na propriedade, apresenta 15 hectares de vinha plantada, dos quais 7 são vinhas com mais de 50 anos, representando ainda a herança de outros séculos com vestígios romanos de elevado valor patrimonial: nas Ruínas Romanas do Alto da Fonte do Milho encontram-se algumas dependências originalmente vocacionadas para a actividade agrícola, entre as quais se destaca um lagar – ou torcularium – de vinho e de azeite, a atestar a importância que o cultivo e a produção vinícola alcançaram naquela zona já no início do primeiro milénio.


Imagens cortesia Quinta do Mourão


“Após a compra da Quinta de São José é muito gratificante reforçar a presença da Falua na Região do Douro com uma propriedade tão icónica como a Quinta do Mourão. Do ponto de vista da enologia temos já um legado extraordinário que nos servirá de inspiração para a afirmação dos vinhos do Porto e, por outro lado, nesta quinta encontramos tudo o que o Douro tem de melhor, desde a vista ao património secular, desde a história a um terroir único. Tudo isto são mais-valias, mas definem um patamar de exigência ainda maior, cuja ambição é abraçar com muita determinação”, afirma Antonina Barbosa, Directora-Geral da Falua.

A Falua iniciou a operação na Região do Tejo em 1994 e expandiu-se para a Região dos Vinhos Verdes, com a aquisição da secular Quinta do Hospital, em 2020.

A Quinta do Mourão pertencia no início do século XX a Maria Emília Silveira de Calheiros e Menezes, herdeira dos viscondes de Guiães, estando no início da década de 60 na posse de Manuel Pinto Hespanhol e, uma década mais tarde, foi comprada por Mário Joaquim da Rocha Braga que deu início ao actual projecto quando decidiu regressar às origens e adquirir cinco propriedades situadas no Douro.

A Falua tem actualmente vinhas e adegas nas regiões do Tejo, Vinhos Verdes e Douro, contando com uma centena de colaboradores e uma distribuição comercial que chega a mais de 30 países.

Para além da forte aposta nos vinhos, o Grupo Roullier tem um volume de negócios de 4,1 mil milhões de euros e mais de 10 mil colaboradores em 131 países distribuídos por três continentes, diversificando a sua actividade em diferentes áreas como a nutrição de solos e de plantas, algologia, extracção de minerais, plasturgia, produção de energia a partir de biomassa e sector agroalimentar.