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Ricardo Sousa, CEO Century 21 Portugal

Facturação da Century 21 Portugal aumenta 12% do primeiro para o segundo trimestre

26 de julho de 2023

Apesar da subida dos números ao nível de negócios e facturação do primeiro para o segundo trimestre do ano, a Century 21 Portugal registou uma pequena descida face ao mesmo semestre do ano passado. Este cenário reflecte o impacto da actual conjuntura macroeconómica - aumento das taxas de juro, inflação, vulnerabilidade da confiança dos consumidores, contexto geopolítico e níveis elevados de incerteza, em termos globais. De acordo com a rede de mediação imobiiária, este contexto influencia directamente o mercado imobiliário residencial e aumenta os desafios no acesso à habitação, a nível nacional.

Entre Janeiro e Junho de 2023, a Century 21 Portugal registou uma facturação superior a 41,5 milhões de euros, menos 9% do que os 45,8 milhões de euros registados em igual período do ano anterior. Já o volume de negócios em que a rede esteve envolvida - incluindo a partilha de transações com outros operadores - superou os 1 713 milhões de euros no primeiro semestre de 2023, numa ligeira descida de 5% em comparação com os 1 807 milhões de euros do período homólogo, no ano anterior.

Contudo, na comparação entre o primeiro e o segundo trimestre do ano, a rede Century 21 Portugal registou crescimentos em todos os indicadores de operação, com a faturação a disparar 12% dos 19,5 milhões de euros para os 21,9 milhões de euros, o volume de negócios mediados a subir 9% dos 821,5 mil euros para os 891,7 mil euros, as transações de venda a aumentarem 3% e as operações de arrendamento a recuperarem 0,3%. Estes indicadores indiciam um movimento de retoma no mercado imobiliário residencial, que continua a registar níveis bastante elevados de procura de soluções habitacionais, que contrastam com uma escassez de imóveis cada vez mais acentuada e uma oferta ainda mais desajustada da capacidade financeira dos portugueses.

Segundo Ricardo Sousa, CEO da Century 21 Portugal, " os resultados dos primeiros seis meses de 2023 foram mais positivos do que tínhamos estimado, sobretudo, pela evolução positiva dos principais indicadores de operação já no segundo trimestre. A principal razão da quebra de vendas é a subida das taxas de juro, que está a diminuir significativamente o poder de compra dos portugueses. Consequentemente, a diminuição do valor dos imóveis que os portugueses podem adquirir face à nova realidade das taxas de juro, conjugada com uma oferta de soluções habitacionais cada vez mais desadequada para o poder de compra da procura das famílias portuguesas, resulta numa inevitável redução do número de transacções”.

As tipologias de imóveis mais procuradas pelas famílias portuguesas continuam a ser os T2 e T3. Entre Janeiro e Junho deste ano, a rede imobiliária realizou 8 402 transacções de venda, menos 1402 do que em igual semestre do ano anterior. Contudo, nos primeiros seis meses do ano, o valor médio dos imóveis transacionados na rede Century 21 Portugal aumentou 10,7% para os 203 829 euros, face à média de 184 192 euros registados no mesmo período do ano passado.

Apesar dos desafios do actual contexto económico, o valor de venda de habitações manteve uma trajectória ascendente, a nível nacional, condicionado pela oferta disponível no mercado que se concentra nos segmentos médio alto e alto. Quando se analisa este indicador por trimestre, verifica-se que o valor médio dos imóveis entre Janeiro e Março se situava nos 198 531 euros, enquanto nos meses de Abril, Maio e Junho, os imóveis foram transacionados por um valor médio de 209 128 euros.

Para Ricardo Sousa, " a enorme escassez de imóveis começa a criar efeitos paradoxais no mercado, como o aumento crescente do preço médio dos imóveis para níveis já incomportáveis para a maioria das famílias portuguesas. Se analisarmos apenas o que se verifica com o segmento de apartamentos, que é a solução habitacional mais procurada no mercado nacional, constatamos que o valor médio dos apartamentos transaccionados na rede Century 21 Portugal rondou os 209 mil euros no primeiro trimestre e cerca de 215 mil euros no segundo trimestre”.


O responsável avança ainda que “ao comparar os dados sobre imóveis em venda disponibilizados pelo Confidencial Imobiliário, constata-se que em Lisboa, por exemplo, o valor dos apartamentos em oferta no mercado se fixava nos 677,8 mil euros, no segundo trimestre de 2023. Já no Porto, o valor médio dos apartamentos em venda situava-se nos 447,2 mil euros, enquanto que em Leiria esse valor superava os 260 mil euros, em Coimbra os 276,4 mil euros e no Algarve o valor médio dos apartamentos disponíveis para venda atingia os 451,2 mil euros”.


Quanto ao segmento de arrendamento, no primeiro semestre deste ano foram realizadas 2 285 transacções, apenas menos 75 do que no mesmo período do ano passado. Porém, os valores médios de arrendamento dispararam 13,6% face aos 992 euros registados no primeiro semestre de 2022 e fixaram a média nacional nos 1 127 euros. No Concelho de Lisboa, a subida do valor médio de arrendamento foi ainda mais acentuada, com a renda média a aumentar cerca de 15% para os 1 463 euros.

Segmento internacional

Entre Janeiro e Junho de 2023, o peso das transacções do segmento nacional na operação da Century 21 Portugal atingiu os 85%, enquanto o segmento internacional representou 15% do volume das transações efectuadas. Ao longo do primeiro semestre deste ano, na rede Century 21 Portugal foram efetuadas 1260 transações de clientes internacionais, o que revela uma evolução negativa de 28% relativamente às 1764 efetuadas no período homólogo do ano anterior. Ainda assim, a procura de clientes internacionais manteve-se dinâmica, principalmente entre os norte americanos que representaram quase 5% do total das transações realizadas.  A seguir aos EUA, que lideraram destacadamente o segmento internacional, seguiram-se clientes de países como França, Reino Unido, Brasil e Espanha.

Esta redução do número de transações internacionais foi influenciada pela percepção, gerada no exterior, de instabilidade legislativa, decorrente do debate público e das medidas do programa Mais Habitação. Outro factor determinante passa também pela falta de oferta de imóveis abaixo de 400 mil euros nas regiões com maior concentração da procura internacional.

 “Actualmente – se houver uma maior clareza sobre os programas de atração e retenção de investimento internacional – os nossos indicadores demonstram que Portugal ainda pode recuperar os níveis de atratividade até ao final do ano. Contudo, o mercado imobiliário em Espanha tem sido uma alternativa para este segmento internacional, e continua a ganhar competitividade relativamente a Portugal”, alerta Ricardo Sousa.

Expansão da rede

Apesar dos desafios do momento atual, a estratégia de expansão da marca continua em linha com os objectivos traçados. No primeiro semestre de 2023, a Century 21 Portugal manteve um crescimento sólido da sua rede nacional, com o início de operação de mais 11 agências, em todo o país. Actualmente, a marca conta com 219 lojas suportadas por uma equipa de mais de 4685 consultores imobiliários.

Perspectivas para os próximos meses

Globalmente, a actividade económica tem vindo a resistir melhor do que o esperado, com reflexo na recuperação da confiança dos empresários e, principalmente, nos bons números de criação de emprego. Este contexto tem influenciado uma evolução positiva das perspectivas de crescimento, de forma consensual, entre os analistas. No entanto, há inúmeros riscos que ameaçam a economia global e que continuam a prevalecer.

Em Portugal, o mercado imobiliário residencial está hoje muito menos exposto a riscos. Cerca de 75% das famílias portuguesas são proprietárias das suas casas - das quais 65% já com a habitação completamente paga – e as políticas restritivas de concessão de crédito, adoptadas nos últimos anos, permitem alguma segurança ao afirmar que não se espera uma retracção significativa no mercado imobiliário português. Porém, a forte subida das taxas de juro está a provocar algumas tendências que irão prevalecer no próximo semestre:

- Diminuição do número de transacções

A escassez de oferta de imóveis ajustados ao poder de compra dos portugueses e o agravamento das condições de financiamento para compra de habitação - através da subida das taxas juro e das limitações impostas pelas medidas macroprudenciais do Banco de Portugal - irão condicionar o poder aquisitivo dos portugueses e restringir o valor dos imóveis que podem comprar.

- Aumento do tempo médio de venda dos imóveis

Os proprietários terão que ser mais realistas na definição de preço de venda dos seus imóveis, para se criar uma relação mais equilibrada entre proprietários e compradores.

- Estabilização dos preços dos imóveis

As circunstâncias atuais do mercado não irão permitir os níveis de evolução dos preços registados em 2022, mas não é expectável que se registe uma real diminuição do valor das habitações. Para além disso, algumas zonas periféricas das principais cidades irão registar uma maior pressão gerada pela descentralização da procura, que pode levar a uma subida e preços. Contudo, a nível nacional a tendência esperada é de estabilização.

- Procura de arrendamento

É expectável um aumento da procura por esta solução habitacional, em consequência direta da subida das taxas de juro e do aumento das famílias que não vão conseguir reunir as condições necessárias para aceder ao crédito à habitação, o que irá provocar uma maior pressão no aumento do valor das rendas.