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Eventos de promoção de Portugal atraem norte-americanos

4 de março de 2024

Os eventos “Living in Portugal”, organizados pela empresa algarvia Open Media, atraíram mais de 500 norte-americanos interessados em emigrar para Portugal em três sessões no Texas, Geórgia e Massachusetts, uma participação que superou as expectativas dos organizadores.

“Foi um sucesso inesperado”, disse o CEO da Open Media, Bruce Hawker, no rescaldo dos eventos, que aconteceram em Austin (Texas), Atlanta (Geórgia) e Boston (Massachusetts). “Em Boston tivemos a sala completamente cheia, com pessoas de pé”, contou o responsável.

“O que isto prova é que o interesse junto dos americanos, sem qualquer sombra de dúvida, é maior do que nunca”, frisou Bruce Hawker.

A Open Media levou consigo 13 empresas portuguesas que prestam serviços na área do imobiliário, mudanças, seguros, apoio legal e outras. O objectivo foi responder a dúvidas e dar informação aos interessados em ir viver para Portugal, com muitos interessados em investir, abrir empresas ou obter vistos de nómadas digitais.

“Há muitas oportunidades e vários sectores em que as pessoas estão à procura de vir para Portugal trabalhar e também entrar na Europa, de uma maneira ou de outra”, disse Ricardo Ferreira, da empresa de advogados Martínez-Echevarría. Procuram vistos de trabalho e estão interessados nos incentivos relacionados com inovação e startups.

“Eles querem não só mudar-se para Portugal, mas também querem investir, também estão disponíveis para dar esse passo”, frisou o responsável.



Interrogações e preocupações

Em Austin, por exemplo, uma grande fatia dos interessados que apareceram encaixa na designação de nómada digital, atraídos por condições mais favoráveis no país.

“A questão dos seguros para os expatriados é uma preocupação”, disse João Pinheiro, da corretora Medal Seguros, em especial nos seguros de saúde. “O preço que é praticado em Portugal num ano aqui é praticado num mês e acaba por ter um impacto no orçamento, não só nos reformados mas também nos nómadas digitais”, indicou.

Luis Duarte, da Global International Relocation, contou que um dos casais interessados que apareceram no evento pretende levar o seu negócio de conserto de relógios de luxo para Portugal.

Há alguns que querem mudar-se para aproveitar a reforma, mas mais os que têm entre 30 e 40 anos e querem investir, abrir empresas ou trabalhar remotamente. Há também os que pretendem investir montantes elevados (mais de meio milhão de euros) para aceder aos vistos dourados.

Se muitos ainda estão na fase exploratória, outros já visitaram várias partes do país, de Setúbal e Coimbra ao Alentejo e Algarve e têm os planos delineados.

“A maior parte indica todas as razões que nós já conhecemos da comida, das pessoas simpáticas”, apontou Luis Duarte. “Mas muitos também pela questão dos impostos, porque vai ser muito mais barato do que estar aqui”.

Hawker apontou ainda para a vontade de muitos de saírem por questões sociais e políticas.

“O interesse é por todo o país onde há poder de compra”, salientou. “Há muita gente que quer sair dos Estados Unidos por uma razão ou outra. Não vamos falar de política, mas sabemos quais são as razões”.

O maior volume de americanos que planeiam emigrar para Portugal continua a estar na Califórnia, por isso a Open Media vai regressar na primeira quinzena de Setembro. Levará os seminários “Living in Portugal”, com mais de uma dúzia de empresas portuguesas, a São Francisco, Los Angeles e Seattle.

Antes disso, em Junho, irá pela primeira vez ao Canadá. Os eventos serão em Nova Iorque em 15 de Junho, Chicago em 19 e Toronto em 22.

“Indiscutivelmente, o interesse é maior do que era”, reiterou Hawker. “E isto está a acompanhar um pouco também o crescimento do turismo dos Estados Unidos para Portugal”.

Mesmo o aumento do preço do imobiliário e as mudanças nas regras não afetam decisão, disse. “Só o que eles poupam em seguros e o custo de vida sendo na ordem dos 50% ou 60% mais baixo, não é pagar um pouco mais de impostos que os vai impedir de vir para Portugal”.

Lusa/DI