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Arquitectura

 

 

 

Expansão da sede da Ordem dos Arquitectos em Lisboa já tem projecto

14 de julho de 2020

O concurso público aberto pela Ordem dos Arquitectos para a expansão da sua sede nacional em Lisboa, no edifício conhecido por Banhos de São Paulo, teve como vencedor Luís Pedro Pinto. Ao concurso público concorreram 66 projectos. Segundo o júri, o projecto vencedor distingue-se pela “sua coesão, coerência e imagem unitária. A proposta do arquitecto Luís Pedro Martins “foi a solução que melhor se distinguiu pela sua singularidade, expressa pela sua original implantação, numa relação equilibrada entre os aspectos urbanos do local, o posicionamento face ao edifício sede da OA, a requalificação ambiental da área do logradouro (na melhoria das condições de salubridade), bem como na salvaguarda e requalificação dos valores patrimoniais em presença” - refere o relatório do juri, presidido pelo arquitecto Egas José Vieira.

Pretende-se que a intervenção no edifício da Rua da Ribeira Nova, pela sua condição relativamente ao Edifício Sede, constitua uma oportunidade de valorização das instalações da Ordem dos Arquitectos, traduzindo-se assim numa mais-valia no âmbito dos serviços que presta aos seus membros, a par de um incremento de visibilidade da face pública da instituição na sua relação com a sociedade em geral.

Luís Pedro Pinto, nascido em Lisboa em 1978, colabora em projectos na Bak Gordon Architects há mais de uma década antes de estabelecer em 2018 o seu próprio atelier , oSTUDIO_LPP.

 

Um edifício com história

A sede nacional da Ordem dos Arquitectos está localizada na Travessa do Carvalho, junto ao Largo de São Paulo, no centro histórico de Lisboa.

As instalações da OA ocupam o antigo edifício dos Banhos de São Paulo, classificado como imóvel de interesse público. Construído entre 1850 e 1868, estava originalmente destinado a diversos tratamentos com águas termais.

O seu autor, o arquitecto francês Pierre-Joseph Pezerat, diplomou-se em 1825 pela École Polytechnique de Paris e logo partiu para o Brasil onde permaneceu até 1831 como arquitecto do imperador D. Pedro II. Veio para Portugal em 1840, contratado pela Câmara Municipal de Lisboa, desenvolvendo diversos projectos de arquitectura e engenharia. Leccionou, também, na Escola Politécnica (mais tarde Faculdade de Ciências), onde foi responsável pelas respectivas obras.

O edifício foi objecto de concurso público em 1991, ganho pelos arquitectos Manuel Graça Dias e Egas José Vieira. O seu interior foi então profundamente remodelado até 1994 para acolher os diversos serviços da OA. Manteve, porém, muita da autenticidade matricial, nomeadamente no novo pátio central gerador da restante espacialidade, bem como alguns dos componentes originais, como é o caso da chaminé das antigas caldeiras de aquecimento das águas termais.

Em tempos de preocupação pandémica e de eleições para a Ordem dos Arquitectos o resultado do concurso teve pouco visibilidade mediática, mas as obras da expansão atrairão certamente maior interesse por parte dos media, resta saber quando isso irá ocorrer.