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Antiga refinaria de Matosinhos vai começar a ser demolida

18 de outubro de 2023

A demolição da antiga refinaria de Matosinhos, no distrito do Porto, que foi encerrada em 2021, vai começar na segunda-feira e terá uma duração de dois anos e meio, anunciou hoje a Galp.

"Os trabalhos de demolição da antiga Refinaria de Matosinhos vão avançar a partir do próximo dia 23 de Outubro. A duração global desta fase é estimada em dois anos e meio", pode ler-se num comunicado hoje enviado às redacções pela empresa.

De acordo com a Galp, a demolição "será a face mais visível de um processo de descomissionamento e desmantelamento" iniciado "há cerca de dois anos", e anunciado em Dezembro de 2020.

"Durante este período foi implementado um vasto conjunto de operações preparatórias que incluiu a paragem das unidades processuais em segurança, o processo de limpeza e desgaseificação de todas as unidades processuais, equipamentos e tubagens para garantir a eliminação de hidrocarbonetos e produtos", explica a petrolífera.

A Galp garante que, "finalizado o desmantelamento, seguir-se-á a fase de reabilitação ambiental dos solos".

De acordo com a empresa liderada por Filipe Silva, "para a preparação para o arranque dos trabalhos de demolição foram efectuados contactos e reuniões com todos os 'stakeholders' [envolvidos] directa e indirectamente impactados ou envolvidos neste projecto".


Imagem Galp Energia


www.matosinhos.galp.com 'sítio' onde se disponibiliza e actualiza as informações relativas ao decurso dos trabalhos de demolição

O comunicado da Galp refere o Governo, a Câmara de Matosinhos, entidades reguladoras e licenciadoras, protecção civil e autoridades locais, bem como moradores e associações comerciais, mas não os trabalhadores ou ex-trabalhadores da refinaria.

"Nesses encontros foram apresentadas as linhas gerais do projecto de demolição e respectivo calendário, bem como as medidas que a empresa vai implementar para monitorizar, controlar e mitigar possíveis constrangimentos pontuais que possam ser suscitados na sequência dos trabalhos em curso", refere a empresa.

A Galp lançou ainda um 'site' (ainda não 'online', pelas 16:00 de hoje) com o endereço www.matosinhos.galp.com, para consulta das medidas de mitigação, com vista a "disponibilizar e actualizar as informações relativas ao decurso dos trabalhos de demolição".

A Câmara Municipal de Matosinhos constituiu um Comité Científico e um Conselho Consultivo sobre a Reconversão da Refinaria e, em Fevereiro de 2022, a Galp, a autarquia e a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) adiantaram que a antiga refinaria daria lugar a uma cidade da inovação ligada às "energias do futuro".

Em Fevereiro, a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) disse à Lusa que uma parcela do terreno da antiga refinaria da Galp em Matosinhos que a empresa pretendia ceder à câmara para a Cidade da Inovação tinha os solos e as águas subterrâneas contaminadas.

A Galp adiantou que era “expectável” que os terrenos onde funcionou a refinaria tenham de ser “objecto de remediação”.

Entretanto, este ano foi anunciada a instalação de um Centro Internacional de Biotecnologia Azul no local, que contará ainda com a colaboração da Fundação Oceano Azul.

O Estado é um dos accionistas da Galp, com uma participação de 7%, através da Parpública.

Lusa/DI