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No iluminar é que está o ‘ganho’

11 de junho de 2017

Iluminar os espaços públicos de uma cidade, de um edifício, de uma moradia ou de um jardim é mais do que uma necessidade, é uma questão de segurança. Mas é igualmente necessário poupar no consumo de energia, é por isso que o futuro está na iluminação LED. 

Em Portugal, a Iluminação Pública (IP) é responsável por 3% do consumo energético. O problema é que a tendência é para aumentar ( cerca de 4 a 5% por ano) o que representa custos muito elevados para os municípios.

Assim sendo, torna-se fundamental definir um conjunto de medidas direcionadas para o aumento da eficiência energética no parque de IP, sem que isso afete a qualidade de vida nos espaços públicos.

Segundo a Agência para a Energia – ADENE, esta iniciativa terá por base a aplicação de tecnologias mais eficientes em detrimento de tecnologia corrente, permitindo assim reduzir o consumo de energia elétrica, mantendo o mesmo nível de serviço.

Algumas intervenções demonstram que a Eficiência Energética ao nível das IP é já uma realidade: 

  • instalação de reguladores do fluxo luminoso
  • substituição de luminárias e balastros ineficientes ou obsoletos
  • substituição de lâmpadas de vapor de mercúrio por fontes de luz mais eficientes,
  • instalação de tecnologias de controlo,
  • gestão e monitorização da IP
  • substituição das fontes luminosas nos sistemas de controlo de tráfego e peões por tecnologia LED (Light Emitting Diode).

Para garantir ganhos de eficiência energética ao nível das IP, será futuramente criado um regulamento que permitirá uma análise, controlo e monitorização rigorosa deste tipo de sistemas contribuindo assim para uma melhoraria da sustentabilidade económica e ambiental dos municípios.

Por último e tal como no Programa ECO.AP, também os projetos de IP deverão recorrer às ESE (Empresa de Serviços Energéticos), para que através de concursos públicos possam ser celebrados contratos de gestão de eficiência energética “Energy Performance Contract (EPC)”.

As luminárias LED e os sistemas de controlo podem ser combinados em sistemas integrados e inteligentes

Em 2017, já existem cidades no mundo que procuram centralizar e controlar os seus sistemas de iluminação através de soluções conectadas. À medida que a iluminação passa a ser digital, as luminárias LED e os sistemas de controlo podem ser combinados em sistemas integrados e inteligentes com a capacidade de se adaptar aos novos desafios urbanos. A tecnologia LED para além de permitir às autoridades municipais poupar energia e reduzir custos de manutenção associados, permitirá criar ambientes urbanos vibrantes para os seus cidadãos.

Nos próximos anos, com o advento da "Internet das Coisas” (IoT), o potencial da conectividade crescerá exponencialmente para além do que já é hoje previsível, as luminárias conectadas irão comunicar não só com a finalidade de partilhar informações sobre elas próprias, mas também irão recolher dados acerca do ambiente em que estão inseridas através de sensores e desta forma transformar radicalmente a maneira como vivenciamos as nossas cidades.

É por isso, que todos os municípios portugueses estão a introduzir novas formas de iluminação, nomeadamente o LED para os espaços públicos de forma a aderirem à eficiência energética.

Da cidade para os edifícios, moradias e jardins

Se as cidades já aderiram ou estão em vias de aderir à iluminação LED, o mesmo acontece nos edifícios, nas moradias e nos jardins.

São já muitos os prédios que utilizam este tipo de iluminação e que através de sensores conseguem controlar os focos de luz e uma poupança considerável nos custos energéticos do condomínio.

Também para as moradias esta é sem dúvida a solução ideal. A iluminação exterior é fundamental não só nos acessos como na entrada. Por questões de segurança é um elemento obrigatório mas também decorativo.

A iluminação num espaço exterior ou num jardim pode ser utilizada para acentuar efeitos dramáticos. O foco de luz é usado cuidadosamente para mostrar exactamente o que queremos que o espectador veja, sejam as sombras da vegetação ou de elementos arquitectónicos.

Os focos e projetores são ideais para o tipo de iluminação focal, devem ser colocados a uma distância de um terço da altura do objeto a ser focado, usados também em piscinas e superfícies aquáticas.

Os postes de iluminação são indicados para espaços grandes têm que ter mais de dois metros de altura para não ofuscar.

OS balizadores e mini postes são ideais para iluminar caminhos e elementos baixos de um jardim, exemplo de iluminação indireta.

Cuidado, nem tudo são vantagens

Apesar dos benefícios na utilização da iluminação com lâmpadas LED, já existem alguns estudos que comprometem esta solução. Um grupo de investigação internacional, que integra um docente do Politécnico do Porto, alertou recentemente para malefícios da iluminação intensiva no ambiente e saúde, referindo o aumento de probabilidade de desenvolvimento de diabetes, obesidade e cancro (mama e próstata).

O investigador Raul Lima, da Escola Superior de Saúde do Politécnico do Porto, em declarações à Lusa, revela que “a iluminação artificial, com muito relevo o LED branco, é potencialmente prejudicial para a saúde humana devido à componente azul muito pronunciada no seu espetro. O excesso de iluminação que existe é também perturbador dos ecossistemas, da fauna da flora. À escala global, a situação actual, revela-se extremamente preocupante”.

Raul Lima, responsável pelas medições do brilho do céu que foram utilizadas para a classificação da Reserva de céu escuro Starlight Tourism Destination Dark Sky Alqueva - é um dos dois membros nacionais da Comissão de Gestão da Rede Europeia de Investigação COST ES1204 LoNNe (Loss of the Night Network), rede que terminou, recentemente, a sua actividade (2012-2016) com um conjunto de recomendações que visam consciencializar a sociedade civil dos benefícios de uma iluminação cuidada, com a temperatura de cor correta, e não excessiva.

Estas recomendações resumem-se a quatro ideias-chave: “evitar, tanto quanto possível, luz branca com comprimentos de onda abaixo dos 500 nanómetros; direccionar a luz para onde ela é efectivamente necessária; iluminação das ruas de forma tão uniforme quanto possível e com a intensidade mais baixa possível e adaptação da iluminação exterior a cada momento da noite”.

http://www.diarioimobiliario.pt/Actualidade/Sustentabilidade/Investigadores-alertam-para-maleficios-da-iluminacao-intensiva