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Opinião

 

Cidades inteligentes para o século XXI

12 de fevereiro de 2015

Estamos num mundo global e todo o local tem já uma interdependência que não tem volta. Tem muitas vantagens, mas também gera problemas que se devem abordar com urgência.

A globalização está a gerar algumas lacunas que em pleno século 21, têm de ser colmatadas. Criaram-se novas desigualdades a par com a informação e conhecimento, mas que em tempo real está a gerar também grandes benefícios globais.

Em resumo, temos pela frente novas e apaixonantes metas urgentes para enfrentar.

Neste contexto, a cidade tem um protagonismo novo e de liderança. Mais de cinquenta por cento da populaçao mundial vive actualmente em cidades em “crescimento”… com as novas metas que isso supõe e também com as novas oportunidades que gera.

Os avanços na sustentabilidade, desde os objectivos definidos no Rio 92, são importantes, se bem que, estamos a tratar de colocar em prática o seu plano de acção. Na conferência Rio+20, comprovou-se o avanço da cidade para pôr em prática um desenvolvimento sustentável que fique mais próximo das necesidades das pessoas e da sociedade em geral.

Em conjunto com o avanço da sociedade civil para adoptar a sustentabilidade e a aposta do mundo empresarial para desenvolver propostas inovadoras, são avanços muito significativos, onde os governos irão tomar medidas responsáveis para favorecer o desenvolvimento sustentável.

A cidade representa, portanto, o terreno adequado para aprofundar um conjunto de decisões e desenvolvimento e onde seja viável um plano de acção.

A cidade vive diariamente, as necesidades de infraestruturas, urbanismo, construção, energia, água, saúde, mobilidade, educação, desporto, meio ambiente, etc… Tudo se torna como uma acção sustentável, para se adaptar às exigências de viver num ambiente de ar limpo, energias limpas, eficiência na gestão de água, mobilidade inteligente, um urbanismo adaptado às verdadeiras necessidades das pessoas, um aperfeiçoamento em poupar infraestruturas, água e energia, uma aposta por uma educação profunda para todos, uma sanidade que convive com uma melhor qualidade de vida.

A arquitectura torna-se inovadora ao ter que contemplar muitas facetas novas e já convive com situações que antes não se tinha em conta, complementando com avanços na poupança e eficiência energética, ou da água, questões necessárias na mobilidade ou racionalidade das infraestructuras, assim como aspectos da tecnologia e robótica para muitos desses processos.

Em resumo, o passo até à sustentabilidade é já irreversível e como com as tecnologias da comunicação, os avanços estão ainda no arranque.

Tivemos ocasião de aprofundar todas estas questões no Foro mundial Porto 21 sobre cidades e desenvolvimento sustentável, e somando para além disso um avanço estratégico, como adaptar a cultura como melhor frontispício da sustentabilidade, ao ser o depósito da melhor herança moral das pessoas, hoje trascendental, para construir o verdadeiro e seguro marco de acção para o desenvolvimento sustentável inteligente e o seu plano de acção.

Cultura e cidade são a grande meta para que todo o nosso conhecimento encontre o melhor canal inovador de realizações concretas a favor das pessoas dentro da cidade, onde convivem em conjunto com a sociedade.

Portanto, temos de construir esses profundos e necessários avanços adoptando esses sólidos princípios que nos oferece a cultura, como o melhor tesouro social, indespensável para recuperar a confiança nesta sociedade global e que desde o seu ponto pode construir um esforço necessário para o conjunto da humanidade.

Converte-se a cidade assim na referência indespensável para um desenvolvimento sustentável e inteligente, que trabalhe pelo bem das presentes e futuras gerações.

Amalio de Marichalar
Conde de Ripalda
Presidente del Foro Soria 21 para o Desenvolvimento Sustentável