CONSTRUÍMOS
NOTÍCIA
Opinião

 

Angola: Construir o mercado com bases mais sólidas

11 de fevereiro de 2015

Angola, que nos últimos anos tem vindo a destacar-se no mapa mundial pela sua vitalidade económica, pelo seu potencial e recursos naturais, é, cada vez mais, um destino de investimento, quer doméstico quer internacional. Como naturalmente acontece numa economia emergente, para que a consolidação tenha lugar, é necessário continuar a trabalhar para construir uma base sólida para um crescimento sustentável. Esta é uma verdade aceite para qualquer sector económico, social, cultural ou político, num país onde todos reconhecem que há muito espaço e muitas áreas para evoluir.

O sector imobiliário é bem o retrato desta realidade, estando neste momento a afirmar-se um novo paradigma em termos de procura, oferta, preços e da própria profissionalização do mercado e dos mecanismos que o contextualizam. Sendo uma área preferencial para a entrada de investimento estrangeiro no país e sendo também um sector que reage bem às mudanças sócio-económicas e demográficas que se têm vindo a registar, o sector imobiliário em Angola e os seus protagonistas estão agora a trabalhar para construir bases sólidas que garantam um desenvolvimento sustentável para o futuro. Longe do período de boom exponencial que se seguiu ao conflito armado e de posterior desaceleração em resultado da crise financeira internacional, o mercado imobiliário em Angola começa agora a acolher novas características, que emergem sobretudo de uma procura menos “apressada”, mais cautelosa e com uma base socioeconómica mais alargada. A oferta, obviamente, trabalha para conseguir ajustar-se a estas novas forças, preparando novas técnicas de abordar o mercado e os seus clientes, traçando planos de ritmo de venda mais alargados, com o respectivo reflexo nos valores dos imóveis, que tendem agora a estabilizar em níveis mais normalizados. E o resultado começa a estar à vista: agentes, produtos e serviços imobiliários mais diversificados, qualificados e profissionais.

Mas, além disso, o esforço está também no tecido público, que reconhece a importância do mercado imobiliário, não só como sector económico e produtivo, como para suprir as necessidades de consumo interno, especialmente na área habitacional. A destacar a introdução recente de diversos mecanismos legais que prometem impulsionar este mercado, quer enquanto alvo de investimento institucional quer enquanto alvo de investimento privado, independentemente da escala do investidor (podemos estar a falar de um comprador de habitação própria ou de investidores que compram activos para rentabilizar). Falo claro, da criação da figura dos Fundos de Investimento Imobiliário, da Lei da Alienação Fiduciária ou da operacionalização da modalidade da Renda Resolúvel, que por um lado potenciarão o investimento institucional e por outro garantirão um acesso mais alargado da população a produtos imobiliários.

Esta evolução que se vem sentindo neste sector deixa antever no futuro próximo que este mercado se torne mais aberto, transparente e competitivo, tendo todos os seus agentes a ganhar com esta evolução.

Francisco Barros Virgolino
Director Proprime