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Habitação by century 21

 

 

 

Portugal: 99 mil milhões de euros em empréstimos à habitação

14 de junho de 2016

O valor dos empréstimos à habitação no final de 2015 era de 99.000 milhões de euros e a média equivalia a 9.496€/habitante, colocando o país no 14.º lugar dos 28 países da União Europeia, onde esse valor é de 12.197€.

Já no que respeita ao esforço com os empréstimos à habitação, em Portugal ele representa 80% do rendimento disponível bruto das famílias, quando a média na União Europeia é de 68%; e em países como a Alemanha e a Itália é de 57 e 33%, respectivamente.

Os dados podem ser consultados no estudo que, pelo quarto ano consecutivo, o Crédit Foncier - instituição de crédito francesa especializada no crédito à habitação - realiza sobre o crédito à habitação contraído pelas famílias dos vinte e oito países da União Europeia (UE).

Segundo o estudo, no final de 2015, o montante de empréstimos à habitação (capital + juros) nos 28 países da UE elevava-se a 6.200 mil milhões de euros; e representavam 88% dos empréstimos contraídos pelas famílias (12% correspondiam a créditos ao consumo).

O estudo revela que, não obstante os ventos menos favoráveis na economia europeia, estes empréstimos têm vindo a subir de forma constante durante os três últimos anos: 2,3% em 2013, 2,0% em 2014, 2,2% em 2015.

 

Situações muito diferentes na Europa

 

É no Norte da Europa (Dinamarca, Finlândia, Irlanda, Reino Unido e Suécia, que no seu conjunto totalizam 18% da população da UE), que os agregados familiares estão mais endividados: 36% dos empréstimos imobiliários totais na Europa.

Esta maior dependência do crédito imobiliário (86.419 euros por agregado familiar com hipotecas imobiliárias, mais do dobro da média europeia que é de 41.000 euros) é explicada pelo dinamismo das economias e mercados imobiliários desses países, à tributação favorável e às tradições culturais na forma como a população se relaciona com o crédito.

A Europa Centro-Oeste (Alemanha, Áustria, Bélgica, França, Luxemburgo e Holanda - 36% da população da Europa) detém 43% do montante de empréstimos à habitação na Europa. O valor médio por família devedora é de 52.242 euros, mais 27% do que a média europeia.

No sul da Europa (Chipre, Espanha, Grécia, Itália, Malta e Portugal), as famílias estão geralmente menos endividadas; o estudo identifica 18% do montante total de empréstimos à habitação para este conjunto de países que representam 26% da população europeia. O valor médio de endividamento por agregado familiar contraente de empréstimo é de 27.590 euros, isto é: 33% menos do que a média europeia. Essa menor dependência em relação ao crédito é explicada, nomeadamente, pela queda do mercado e pela crise económica dos últimos anos.

Já na Europa de Leste (que corresponde aos onze países do antigo bloco comunista), as famílias estão muito pouco endividadas. A Europa de Leste, com 20% da população europeia, representa apenas 3% do volume de empréstimos à habitação. O baixo nível médio de endividamento por agregado familiar devedor (5.813 euros; um sétimo da média europeia) reflete uma pequena proporção de famílias endividadas (menos de 10% das famílias têm um empréstimo ou hipoteca em curso) e pelo baixo nível de preços dos imóveis.