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Arrendamento

 

Proprietários não aceitam recuos na lei

13 de fevereiro de 2015

Os proprietários, em nome da Confederação Portuguesa de Proprietários (CPP), repudiam de forma liminar qualquer retrocesso que ponha em causa a reforma do arrendamento urbano em curso, a única medida estrutural implementada pelo actual Governo, e que pôs termo ao ‘congelamento’ de mais de um século das rendas antigas.

A CPP, à qual pertence a Associação Lisbonense de Proprietários (ALP), revela em comunicado que lamenta também o aproveitamento eleitoral autárquico de uma matéria crucial para o desenvolvimento do mercado imobiliário e de arrendamento em Portugal. A confederação acrescenta mesmo que o timing da entrega de propostas gravosas de alteração da nova lei das rendas, que coincide com a chegada da missão da troika a Portugal, para a 8ª e 9ª avaliações do Programa de Assistência Económica e Financeira, no qual será decidido o desbloqueamento de mais uma tranche do empréstimo ao país.

“Apela-se, por isso, ao bom senso das forças políticas que sustentam o Governo numa matéria que está inscrita no primeiro memorando de entendimento”, lê-se no comunicado.

Alterações profundas à nova lei das rendas, no que diz respeito ao valor máximo legal da renda

Esta reacção da CPP é em consequência às notícias conhecidas ontem, no primeiro dia de campanha eleitoral das autárquicas, e que indicam que as concelhias de Lisboa do PSD e CDS-PP, entregaram aos grupos parlamentares do PSD e CDS-PP um conjunto de alterações profundas à nova lei das rendas, nomeadamente no que diz respeito ao valor máximo legal da renda que pode ser pedida pelos senhorios aos inquilinos, e o aumento do período de transição para os inquilinos com mais de 65 anos de idade.

No que diz respeito ao apoio aos inquilinos mais idosos com carência económica, não compreende a CPP a intenção das alterações agora propostas, pois dita a lei que, findo o período de transição de cinco anos, caberá ao Estado o apoio aos inquilinos, sob forma de subsídio, e não aos proprietários que, durante mais de um século de congelamento das rendas, foram obrigados a suportar uma situação que deu origem a um dos mais desajustados mercados imobiliários do mundo.

A confederação reforça também o facto de que os proprietários urbanos já se viram confrontados, desde o início do ano, com um aumento da carga fiscal, em sede de IMI e Imposto de Selo, que assume um carácter quase confiscatório, e torna também inevitável o aumento das rendas antigas.