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Uma das casas mais sustentáveis da Europa é portuguesa

13 de fevereiro de 2015

Considerada uma das casas mais sustentáveis de Portugal e da Europa, a casa Godiva, do atelier Empty Space Arquitectura, do arquitecto Luís Mendes, já ganhou vários prémios, entre eles o de “Best Residencial Building in Europe 2012” no International Design and Architecture Awards 2012 e uma ma menção honrosa no Prémio Internacional de Arquitectura Sustentável “Green Dot Awards”.

Situada em Cascais esta casa foi pensada e projectada numa base de Arquitectura Racional, onde o rigor do desenho associado ao emprego de geométricas simples (puras), utilização de materiais nobres e novos métodos construtivos, dão origem a um objecto arquitectónico dinâmico no qual o rigor do detalhe construtivo e a forma artística derivam de um método assente no constante diálogo entre forma e função.

Segundo o arquitecto Luís Mendes este trabalho tinha como base a criação de um objecto arquitectónico contemporâneo e sustentável, onde a fácil vivência espacial, associada a uma constante dialogo "interior/exterior", desse origem a uma habitação destinada a dois utentes com mobilidade reduzida.

Sustentabilidade energética

A Sustentabilidade energética era uma das prioridades do projecto e para isso foram utilizadas soluções térmicas passivas e soluções térmicas activas. O aquecimento central é obtido por via de conjunto Bombas de Calor/Termodinâmico ar-água de elevado COP (coeficiente de perfomance), realizando-se a sua permuta para o referido Depósito de Inércia.

Em termos globais, através de uma gestão equilibrada dos equipamentos/variáveis em presença, conseguiu-se uma desalocagem significativa de energia primária não renovável, situação que permitiu à moradia, peritada oficialmente, atingir Certificação Energética máxima - A +.

Organização espacial da intervenção

Num lote de desenho triangular, foram implantados dois corpos rectangulares interligados por um volume central de forma quadrangular (charneira), são direccionados segundo os limites impostos pelos alinhamentos camarárias, materializando o desenho de uma habitação unifamiliar.

Este objecto arquitectónico é composto por três contentores de diferentes dimensões. O contentor Sul é destinado a albergar os espaços privados da habitação (quartos; suites). Este volume é rasgado no seu alçado Sul, para um espaço exterior de estar e circular, que tem como objectivo principal criar a fronteira do imediato contacto (quarto/ jardim), e aproxima a cota baixa da cota alta. Como se trata- se de um "Foyer" exterior, ao ar livre.

O contentor Norte recebe os espaços sociais da casa (semi-público), composto por sala principal, sala de refeições e cozinha. Este contentor rasgado por vãos de grandes dimensões é dependente da constante relação exterior/interior, independentemente da forma directa ou indirecta que alcançamos os seus espaços.

O arquitecto que este volume orientado para o infinito, tem a pretensão de ser o camarote central da "cena" de um palco exterior, verde.

O contentor central de menor dimensão é o elemento nobre e principal de toda a organização formal e espacial deste objecto arquitectónico.

“Ele é a charneira. Ele é o elemento de chegada e partida. Ele é o elemento de interligação da cota baixa á alta. Ele é o centro do edifício”, explica.

Diálogo entre os espaços interiores e exteriores

O desenho dos espaços que compõem esta peça arquitectónica tem como essência um constante e sempre presente diálogo entre os espaços interiores e exteriores, onde a natureza de cada um consiga reflectir o que ele quer ser.

Os espaços interiores independentemente da sua função combinam-se com o espaço exterior de jardim para os quais se abrem de modo directo ou indirecto a sugerir a sua própria função.

O jardim é desenhado como se tratasse de um conjunto de espaços interiores, de estar ou circular, sem tecto. A constante presença de luz natural a inundar os espaços interiores nas varias horas de exposição solar, vem materializar e enriquecer a peça arquitectónica, através de um constante e interessante jogo de claro e escuro, (luz e sombra).

Esta peça arquitectónica destinada ao habitar reflecte uma forma muito singular de viver e caminhar no mundo por parte dos seus utentes.

Ficha Técnica:

Nome do projecto: “Casa Godiva”

Localização: Cascais

Datas (projecto e obra): projecto: 2008/2009; obra 2010/2012

ArquitecturaEmpty Space Arquitectura (Luis Mendes arquitecto-director de projecto)

FotografiaJoão Morgado