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O Museu de Música Mecânica em Pinhal Novo

27 de março de 2017

A paixão colecionadora de Luís Cangueiro ao longo de toda uma vida, um projecto de arquitectura deslumbrante na sua aparente simplicidade, e 600 peças e artefactos musicais únicos, num investimento superior a 1,5 milhões de euros. Visite e veja pelos seus próprios olhos.

Na Quinta do Rei, em Pinhal Novo, ali bem próximo de Palmela, há um museu que importa visitar. Não só pelo acervo de mais de 600 peças e artefactos musicais que se movimentam por sistemas exclusivamente mecânicos, e abrangem fundamentalmente o período de finais do Séc. XIX até à década de 30 do Séc. XX, como pela excelência da sua arquitectura. Trata-se de uma colecção representativa de toda a música mecânica e reunida graças à paixão de um colecionador particular, de seu nome Luís Cangueiro. O projecto de arquitectura é de Miguel Marcelino.

O museu consiste numa caixa totalmente fechada, opaca e abstracta. Apenas o alçado principal apresenta uma concavidade que assinala a entrada do edifício.

“A organização interior é cruciforme, em redor de um pátio central, que distribui para os quatro lados do edifício. Num lado temos o átrio, que funciona também como espaço vertical de distribuição, e nos restantes ficam três galerias de dimensões variadas. A transição entre cada um destes quatro espaços é feita através de quatro ante-câmaras” – explica o arquitecto.

O resultado final é um volume que, visto por fora, “parece elementar, mas cujo interior desmonta essa simplicidade: explorando longas perspectivas diagonais que se vão abrindo à medida que os espaços são percorridos, deixando vislumbrar relances das galerias seguintes - num jogo de sedução espacial que procura manter a curiosidade do visitante desde o início até ao fim da visita”.

 

Uma “caixa de música” 

O museu, único em Portugal, com a área de 1.020 m2, na sua forma de caixa totalmente fechada, pretende estabelecer um certo paralelismo com uma caixa de música. O alçado principal apresenta uma concavidade que traz à memória as campânulas dos fonógrafos e dos gramofones e assinala a entrada do edifício. O visitante terá então a oportunidade de entrar nessa grande “caixa de música”, viajar no tempo, explorar e ouvir com grande curiosidade centenas de instrumentos mecânicos, distribuídos por cinco galerias expositivas.

 

Condicionantes e exigências especiais de construção

Os requisitos exigidos de elevada estética, performance na redução acústica e conforto da caminhada, higiene e durabilidade, bem como o acabamento mate impuseram escolhas específicas de materiais.  

O Arqº. Miguel Marcelino explica que “a escolha, por exemplo, dos revestimentos da Sika, deveu-se ao facto do espaço exigir um pavimento contínuo confortável, silencioso, de fácil limpeza e de estética enquadrada com a arquitectura inovadora, interior e exterior do edifício”, acrescentando que “estes compromissos iam ao encontro e estão de acordo com o sistema aplicado”.

 

Miguel Marcelino – percurso

Miguel Marcelino, nasceu em e formou-se em arquitectura pela UAL em 2005), vive e trabalha em Lisboa. Colaborou com Herzog & de Meuron (Suíça, 2003/04) e Bonell & Gil (Espanha, 2005/07), antes de estabelecer atelier próprio em 2008, vencendo nesse ano o seu primeiro concurso público.

Em 2014 integrou a representação oficial Portuguesa na Bienal de Veneza de Arquitectura. Em 2015 publica "Extrospecção", uma viagem pessoal por dez temas intemporais em arquitectura.

 

Museu de Música Mecânica

Quinta do Rei - Rua dos Alegrias

Arraiados 2955-281 Pinhal Novo

Palmela

Tel. 212 381 083 | 960 080 044

museudamusicamecanica@gmail.com