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Burocracia ainda é um entrave ao investimento em imobiliário português

25 de junho de 2021

Os seus principais clientes vêm de França, Dubai, Arábia Saudita, Kwait, Filipinas, Brasil, Hong Kong, Estados Unidos, África do Sul, Líbano e Ricardo Cruz, Country Manager da UrHome Portugal garante que Portugal é o melhor país do mundo para viver. 

A UrHome Portugal, uma agência imobiliária especializada na venda e avaliação de propriedades em Portugal, chegou a Portugal em 2015, especializando-se na assistência e apoio a investidores particulares estrangeiros na procura, compra e venda de propriedades, assim como aconselha os investidores na composição de portefólios. Também focada no cliente português recentemente abriu uma nova agência no Seixal. Ricardo Cruz, admite que os clientes internacionais vão continuar a investir em Portugal e acredita que os portugueses vão começar a procurar outro género de casas fora dos grandes centros urbanos, pois as necessidades alteraram-se e hoje dá-se valor a outras coisas.

Portugal tem sido muito procurado por investidores estrangeiros, o que procuram?

O nosso país oferece condições ímpares para compradores internacionais. Portugal é um dos países mais seguros do mundo, tem um custo de vida baixo, oferece um bom sistema de saúde e um excelente sistema educativo, tanto nas escolas públicas como no ensino privado, com uma larga oferta de soluções internacionais e com as nossas universidades a classificarem-se permanentemente nos lugares de topo dos rankings mundiais. Tudo isto associado ao programa de Vistos Gold faz com que Portugal seja procurado por investidores, em grupos e individuais, que veem não só excelentes oportunidades de negócio em Portugal, mas também um local de eleição para viverem.

Que vantagens e benefícios obtêm por investirem em Portugal?

Portugal é um mercado ainda em crescimento e com grande potencial para os próximos 10 anos, pelo que é um país com grande procura por parte de particulares e de empresas. Os regimes fiscais atractivos para estrangeiros são também uma mais-valia na captação de investimento imobiliário para o país, permitindo grandes retornos para um valor de investimento relativamente baixo quando comparado a outras capitais europeias.

De que forma o fim da concessão de Vistos Gold nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto e na zona costeira vai influenciar o investimento estrangeiro no mercado imobiliário português? A maior procura é para os Vistos Gold?

A influência será enorme, até porque existe uma grande fatia de clientes que procuram os Vistos Gold. Ainda assim, importa dizer que este programa e todo este “boom” imobiliário permitiu que cidades como Lisboa e Porto se renovassem e modernizassem com investimento externo e se promovessem noutros países. Isto tem um enorme valor para o país. Acredito que, com a limitação destes nas grandes cidades possa acontecer o mesmo fenómeno de renovação noutros locais, mas será mais espaçado no tempo e com tipos de imóveis específicos, pois a atractividade é diferente.

Que nacionalidades continuam a investir no nosso país?

O investimento vem dos quatro cantos do mundo mas, no nosso caso, a maioria dos clientes vem de França, do Dubai, da Arábia Saudita, do Kwait, Filipinas, Brasil, Hong Kong, Estados Unidos, África do Sul e Líbano. E, claro, muitos deles são portugueses, porque felizmente ainda temos muitos portugueses que investem no seu país.

A pandemia tem afectado o mercado imobiliário?

Como muitos clientes deixaram de poder viajar, deixaram de poder ver os imóveis pessoalmente. Apesar de continuarmos a vender, até porque temos uma relação de confiança com os nossos clientes/investidores, um cliente novo gosta sempre de ver o que vai adquirir e até de estar connosco para que possamos construir e cimentar essa relação de confiança. Com a pandemia, os requisitos e as necessidades alteraram-se. Agora procuram-se imóveis com um espaço exterior, com divisões compatíveis com home office, ligação de internet fibra, proximidade de transportes ou acesso às principais redes rodoviárias.

Por outro lado, da parte dos agentes a pandemia obrigou a adoptar uma nova forma de trabalhar, pelo que tivemos de apostar mais nas ferramentas digitais e de colocar mais recursos à disposição de consultores e clientes.

Quais os maiores desafios que encontram quando os clientes estrangeiros investem no nosso país?

A burocracia que o país exige, sem dúvida, e também os alargados prazos que a isso são inerentes.

Qual a expectativa da UrHome Portugal em relação ao nosso mercado?

Acreditamos muito no produto “Portugal” e acreditamos que estamos no melhor país do mundo para se viver. Com isto, achamos que clientes internacionais vão continuar a investir em Portugal e acreditamos que os portugueses vão começar a procurar outro género de casas fora dos grandes centros urbanos, pois as necessidades alteraram-se e hoje damos valor a outras coisas.