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Crescimento do mercado imobiliário desacelera em Lisboa mas previsões para 2024 colocam cidade à frente de Londres e Berlim

23 de agosto de 2023

Na previsão de preços para o mercado global das residências de luxo realizada pela Knight Frank, Lisboa está entre as cidades cujos preços crescem menos em 2023. As previsões para a capital portuguesa, a par das cidades de Berlim, Edimburgo, Dublin, Los Angeles e Zurique, foram as que mais se deterioraram, embora as descidas permaneçam relativamente pequenas, e se situem entre os 2% e 4%.

Em contrapartida, as previsões para Genebra e Vancouver foram as que mais melhoraram em termos de pontos percentuais (3%).

Dubai, Tóquio, Paris, Madrid e Miami no top 5

O Dubai continua a liderar os rankings para 2023, embora se espere que o crescimento anual arrefeça para 14%, uma diferença significativa face ao crescimento de 44% registado no ano transato.

Surpreendentemente, é expectável que 20 das 26 cidades analisadas registem um crescimento de preços estável ou positivo em 2023. Tóquio, Paris, Madrid e Miami, que juntamente com Dubai completam o top 5 dos principais mercados, apresentam uma previsão de crescimento de 4%. Tendo em conta a revisão das previsões, seis das 26 cidades deverão registar um desempenho mais forte do que o previsto há seis meses, enquanto nove permanecem inalteradas. Para as restantes 11 está previsto um crescimento mais fraco.

Previsão para 2024: Lisboa com crescimento de 2%

Lisboa surge a meio da tabela tendo em conta as previsões para 2024, à frente de cidades como Londres, Berlim e Edimburgo. É expectável que a capital portuguesa registe um crescimento de 2%, enquanto Berlim e Edimburgo apresentam uma queda nos preços (entre -1 e -3%).

De um modo geral, os preços do mercado de luxo residencial deverão melhorar em 2024, com um crescimento médio de 2%, à exceção do Dubai. Auckland e Mumbai lideram a previsão para 2024, já que ambas as cidades apresentam um crescimento de 5% no período de 12 meses. Em Singapura (4%) a procura vai continuar a superar a oferta.

“Depois do crescimento do mercado imobiliário de luxo em Portugal, que veio preencher uma lacuna grande ao nível da oferta, é expectável que esse mesmo crescimento seja consolidado, à semelhança do que acontece nos principais mercados europeus. No entanto, o nosso país tem margem de expansão”, explica Francisco Quintela, sócio fundador da Quintela + Penalva.

Espera-se ainda que Madrid (4%), Paris (3%) e Dublin (2,5%) sejam as cidades com melhor desempenho, dada a falta de stock no sector do luxo e a relativa resiliência económica dos respetivos países.

“O aumento da inflação e as consequentes subidas das taxas de juro foram o principal tema do primeiro semestre de 2023. No entanto, os principais mercados têm suportado o peso da dor, mas mesmo aqui os volumes de vendas, e não os preços, têm sido a maior vítima até à data. Os mercados residenciais de luxo são mais resilientes no que toca às mudanças no ambiente da política monetária, dada a maior proporção de liquidez e de compra sem recurso a crédito (46%, de acordo com o inquérito da rede global de investigação da Knight Frank), embora estes investidores não estejam imunes às consequências das políticas monetárias recentes”, assegura Kate Everett-Allen, autora da mais recente previsão da Knight Frank.

O estudo da Knight Frank fez uma revisão das previsões para 2023, considerando o período entre Dezembro de 2022 e julho de 2023, tendo em conta o crescimento dos preços no mercado residencial de luxo. Ao todo, 26 cidades foram monitorizadas pela imobiliária de luxo, que desde 2021 é parceira da portuguesa Quintela + Penalva.