FOTOGRAFIA com ARTE: Loulé, no coração do Algarve
No período islâmico, Loulé (al-Ulya) foi um dos principais centros administrativos e uma das localidades mais celebradas pelos geógrafos árabes que descreveram o território algarvio. O que resta do seu castelo e das suas muralhas atesta bem a importância que teve no contexto islâmico, quer pelas dimensões da cerca muralhada, quer pela relevância artística e arqueológica dos materiais identificados.
Em 1249, no dia de São Clemente, as tropas de D. Afonso III conquistaram a cidade. Este acontecimento ditou a evolução de Loulé nos séculos seguintes, na medida em que a nova ordem cristã reafirmou o estatuto de sede concelhia (através de foral de 1266), bem como a dotou de uma feira (1291), ao que tudo indica a mais antiga do Algarve, o que confirma a centralidade de Loulé no novo contexto civilizacional da província.
Com o correr dos séculos e a perda de função das velhas fortificações medievais, a cidade de Loulé viu desmanteladas grandes secções da muralha, pelo adossamento de edifícios (que aqui encontravam uma parede estável), ou pela simples apropriação do espaço, que levou à sua destruição. No século XX, foram realizadas algumas obras de restauro, mas cuja amplitude não se aproximou das grandes obras propagandísticas do Estado Novo, registando-se reconstruções parciais das muralhas, em altura.
Texto e Fotografias: Jorge Maio