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Pandemia com reflexo no Cluster do Mobiliário que apresenta queda de 14% nas exportações

25 de fevereiro de 2021

A pandemia trouxe consequências para o Cluster do Mobiliário e Afins em 2020, que gerou 1,58 mil milhões de euros em vendas ao exterior, representando uma descida de 14% face a 2019 – o melhor ano de sempre desta fileira.

Este cluster, que integra sectores como o mobiliário, a colchoaria, os assentos e outras actividades complementares, apresentou sinais positivos nos primeiros dois meses do ano, com crescimento face ao período homólogo de 2019, seguiu-se depois uma verdadeiramente hecatombe. Os meses de confinamento de Março (descida de 32%), Abril (-75%) e Maio (-52%) representaram absolutos rombos na dinâmica internacionalizadora que estes sectores têm desenhado na última década, com contínuo crescimento do volume de bens exportados.

Com forte tradição e experiência no mercado, as empresas integrantes desta fileira souberam reinventar-se. Privadas dos principais certames internacionais, habituais montras para a promoção dos produtos nacionais, apostaram em novos canais de venda, com um forte destaque para o digital. Foi através das plataformas internacionais e de um investimento em showrooms e stands virtuais que as empresas nacionais alcançaram novos públicos e lograram recuperar o ímpeto exportador.

No segundo semestre do ano, as variações face a 2019 foram ténues, com ligeiro crescimento nos meses de Julho (1%), Agosto (5%) e Setembro (1%) e reduzidas descidas em Outubro (-5%), Novembro (-1%) e Dezembro (-2%).

Para este resultado, muito contribuiu a forte quebra da procura no principal destino exportador, França. Foram menos 20% de receitas com origem francesa, que se manteve com uma quota de 30% no total de exportações destes setores. No segundo mercado mais relevante, Espanha (27%), a descida foi bastante inferior (-6%). A Alemanha (-30%), o Reino Unido (-16%) e os Estados Unidos da América (-12%) encerram o top 5 de principais importadores dos produtos nacionais.

“Os resultados do segundo semestre de 2020 demonstram a dinâmica das empresas deste cluster, que, mesmo perante circunstâncias sem precedentes, lograram continuar a encontrar novos mercados, oportunidades e soluções”, afirma Joaquim Carneiro, presidente da APIMA – Associação Portuguesa das Indústrias de Mobiliário e Afins. “As crises são também oportunidades, e esta fileira é, hoje, mais dinâmica, flexível e moderna, quer a nível produtivo, quer na sua comunicação e imagem”, conclui.

Apesar da queda das exportações, o cluster do mobiliário e afins mantém uma balança comercial superavitária, com mais de 700 milhões de saldo positivo, e uma taxa de cobertura das importações pelas exportações de 180%.