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Design

 

A beleza está no interior

17 de fevereiro de 2015

Arquitectura de interiores, design e decoração, o que une e separa estas actividades? São muitas as designações que se atribuem ao que colocamos no interior das nossas casas, nos locais de trabalho e até nos espaços públicos. Geralmente a palavra decoração é a que mais se utiliza porque é a especialidade que quase todos sabem fazer. Com melhor ou pior gosto e também condicionados pelo dinheiro que se tem disponível para a tarefa.

Nos dias que correm a palavra decoração também vem muitas vezes muito associada a design e a arquitectura de interiores. São palavras que geralmente definem tudo mas que na prática, são distintas. E se a grande maioria das pessoas as utilize indeferenciadamente, isso quer dizer que não compreendem o significado correcto de cada uma das definições.

Mas afinal o que define cada uma das actividades e destes profissionais? Naturalmente que todos eles têm como principal tarefa embelezar, dar conforto e vivenciar um espaço físico. Para distinguir decoração e arquitectura de interiores, a designer e arquitecta de interiores Pilar Paiva de Sousa explicou, que para perceber bem o que separa as duas actividades basta pensar o seguinte: Imaginamos agarrar numa casa na nossa mão e viramo-la ao contrário. Tudo o que cai pertence à decoração e o que não cai, pertence à arquitectura de interiores.

Afinal parece tudo tão simples. Agora só falta compreender o que define um designer. Quem concebe e cria uma peça, ou um artefacto, é o designer. Trata-se de uma actividade técnica e criativa, normalmente orientada por uma intenção ou objectivo, ou para a solução de um problema.

Arquitectos famosos desenham mobiliário

Quem não conhece a famosa chaise longue desenhada pelo famoso arquiteto Le Corbusier? Ou Oscar Niemeyer que foi também um dos pioneiros do design de móveis brasileiro? Projectou entre muitas outras coisas, o mobiliário do Palácio da Alvorada, o da Sede do Partido Comunista Francês em Paris, e alguns móveis em parceria com a filha na década de 1970, como a chaise balanço.

Também os portugueses Álvaro Siza Vieira ou Souto Moura, têm no seu percurso muitas peças de design. Siza desenhou uma linha para sanitários da Roca e Souto Moura desenhou um sistema de alumínio de correr para portas e janelas, o Slimslide da Sapa. "Os pequenos grandes pormenores da arquitectura", como referiu Eduardo Souto Moura.

Não esquecendo, o reconhecido Daciano da Costa que ficará para sempre ligado ao design e da arquitectura de interiores em Portugal. Ao trabalhar em projectos de edifícios públicos, revelou como se conjuga na perfeição a arquitectura exterior com a de interiores. O espaço não é só o que se vê por fora mas o que é também idealizado para dentro. É o caso das salas de leitura da Biblioteca Nacional, da fundação Calouste Gulbenkian, o centro Cultural de Belém e a Casa da Música, entre muitos outros projectos com a assinatura de Daciano da Costa.

Cada vez mais as três especialidades estão ligadas mas cada uma tem o seu papel. Imaginemos que vamos realizar uma reabilitação numa casa. Primeiro entra o arquitecto de interiores, que irá conceber como irá ficar o futuro espaço, entre projectar os espaços sociais, os quartos, sanitários e cozinha. Se irão se manter ou se podem sofrer alterações. Escolher os materiais de revestimento e pavimento, planear os sistemas de isolamento, ventilação, climatização e a iluminação.

Depois entra o design, muitas vezes o arquitecto de interiores pode ser o designer. Porque vai conceber e criar o mobiliário para ocupar o espaço. Entre móveis, candeeiros, portas, tecidos, tapeçarias e qualquer peça que considere apropriado para embelezá-lo.

Mas se não se optar pelo designer, existe o decorador. A este profissional é dada a tarefa de pensar e descobrir no mercado, as peças que mais adequam ao espaço e encontrar a melhor disposição das mesmas.

Por vezes, esta tarefa de pensar e criar todo o ambiente é realizado por uma única pessoa, daí muitas vezes se confundirem estes papéis. Como já referi o mestre Daciano da Costa, é uma referência incontornável mas actualmente, muitos outros nomes são reconhecidos em Portugal e além-fronteiras.

Referências mundiais

Nini Andrade e Silva, um exemplo, o seu trabalho já não se limita ao território nacional. A criadora portuguesa transporta a nível internacional a marca da sofisticação e do design de interiores de qualidade. São muitos os trabalhos que a designer já realizou e que se tornaram obras de excelência no mundo do design. Por mérito próprio já recebeu várias vezes o prémio European Property Awards, entre muitos outros.

Pilar Paiva de Sousa, é outro nome de referência no mundo do design de interiores. A sua paixão pela arquitectura de interiores foi posta em prática e levou-a a criar espaços de sonho em Portugal, em toda a Europa e em África. A hotelaria é a área onde se sente melhor e onde se especializou. Projectar e delinear num espaço que vai ser utilizado por muitas pessoas é o que mais motiva esta profissional da arquitectura e do design de interiores.

Muitos outros nomes fazem parte da lista de profissionais que trabalham nesta área e que vão mostrando as tendências e novidades que surgem no mundo interior.