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Arquitectura

 

 

 

 

 

Cortiça portuguesa quer conquistar arquitectos internacionais

29 de setembro de 2017

A excelência da cortiça portuguesa tem conquistado muitos arquitectos portugueses e estrangeiros mas ainda assim é necessário mostrar ao Mundo as potencialidades deste material, nomeadamente ao nível dos pavimentos e revestimentos, isolamentos, bem como no design de interiores.

Com a intenção de chegar mais perto dos grandes nomes da arquitectura internacional, a Amorim Corticeira trouxe a Portugal 50 arquitectos de 16 países para lhes mostrar todas as qualidades do produto português.

Tratou-se da primeira edição do Architects@Wicanders, que decorreu este mês na cidade do Porto, numa iniciativa da Amorim Revestimentos, organizada com a curadoria do arquiteto Nuno Grande.

Para António Rios de Amorim, Presidente da Corticeira Amorim, “o Architects@Wicanders cumpriu os três grandes objetivos inicialmente preconizados, ou seja, permitiu dar a conhecer a cortiça a líderes de opinião de 16 países, com ênfase no mercado dos pavimentos; motivou um fórum de networking, potenciando a troca de experiências e as visões sobre as diferentes possibilidades de utilização da cortiça; e, dada a sua amplitude, possibilitou a credibilização da cortiça, do Porto e de Portugal”.

Os participantes tiveram oportunidade de conhecer in loco, à transformação do material em algumas das suas fábricas e a visitas a obras de nomes da arquitectura portuguesa, nomeadamente a Casa das Artes, primeira obra pública de Eduardo Souto Moura, e o Edifício Burgo, umas das obras mais recentes do mesmo arquitecto. A iniciativa incluiu ainda duas obras notáveis de Álvaro Siza Vieira: a Piscina das Marés, em Leça da Palmeira, notável pela sua integração na paisagem, assim como a Casa de Chá da Boa Nova, todas com a explicação do curador Nuno Grande.

O programa abrangeu ainda a visita a duas obras arquitectónicas notáveis no Porto: a Casa da Música, do arquiteto Rem Koolhaas, e a Fundação de Serralves, de Álvaro Siza Vieira.

Um produto amável e amigo do ambiente

Nuno Grande explicou que esta iniciativa foi muito importante a nível empresarial e cultural. “A cortiça é um produto amável e mesmo mesmo em Portugal temos um mercado muito agressivo por parte dos revestimentos dominado por marcas estrangeiras. A partir do momento em que os arquitectos tomam conhecimento do produto português, a opção pode passar pela sua maior utilização”, refere o arquitecto. Na verdade, Nuno Grande tem consciência do estigma de se pensar que a cortiça ser um produto mais caro mas “se for confrontado com a durabilidade e se ele for mais utilizado nos projectos, então será mais barato”.

O facto de ser um produto natural tem pode ter um peso significativo nos países onde já existem cuidados e preocupações com o ambiente e na opinião de Nuno Grande, aí podem ser facilmente atraídos para a utilização da cortiça.

A prova de que este material é excelente para utilizar em bons projectos é o facto de muitos arquitectos já não o dispensar nos seus projectos, é o caso do arquitecto português Miguel Arruda que se tornou um adepto da cortiça. Presente também no evento, não deixou de realçar as suas potencialidades. “Bom na resposta na acústica, como isolamento térmico, na sua textura e capacidade táctil, situações muito importantes na arquitectura contemporânea. Portugal que é rico nesta matéria-prima deveria ter mais arquitectos portugueses a utilizá-la”, refere o arquitecto.

Na arquitectura ou no design, Miguel Arruda utiliza a cortiça nos seus projectos e revela que este material tem uma especificidade muito própria.

Pedro Pinho, director de marketing da Amorim Revestimento, adiantou que a empresa pode crescer ainda mais em determinados mercados, sobretudo na Alemanha, ou nos países escandinavos. Em França afirma que já se encontram a duplicar a produção, bem como nos EUA, Espanha e China.

“Em 2017 crescemos muito nos revestimentos mas continuamos a crescer. No Hydrocork vamos investir 10 milhões de euros este ano e pretendemos aumentar quatro vezes a produção”, explica o responsável. Pedro Pinho salienta ainda que este é o futuro da nova geração de produtos.

O responsável adiantou também que estão a apostar muito no Digital Printing, que consiste no arquitecto personalizar o seu produto.

Para a Amorim Revestimentos foi a primeira edição do Architects@Wicanders mas outras se seguirão, porque a partir de agora irão ao encontro dos grandes arquitectos internacionais, de forma a que eles tenham conhecimento da excelência do produto português.