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A Adega da Herdade do Freixo é “Building of the Year 2018”

8 de fevereiro de 2018

O projecto de Frederico Valsassina Arquitectos da Adega da Herdade do Freixo, no Redondo, Alentejo, ganhou o prémio “Building of the Year 2018” na categoria de Arquitectura Industrial, foi hoje divulgado nos EUA.

O prémio é atribuído pelo nono ano consecutivo pelo ArchDaily — um dos mais influentes portais mundiais dedicados à Arquitectura. Todos os anos o portal convida os seus leitores a nível mundial “a reconhecer e recompensar os projectos que causaram maior impacto na profissão”. Com esse espírito nasceram os “Building of the Year Awards”.

Em competição estavam mais de 3.500 projectos, elegendo os leitores-votantes profissionais no portal entre os cinco selecionados em cada uma das quinze categorias.

Apenas os 5 melhores projectos de cada uma das categorias – Habitação, Arquitectura de Pequena Escala, Retail, Escritórios, Arquitectura Pública, Interiores, Educação, Cultura, Hotelaria, Casas, Saúde, Industrial, Desporto, Religião e Melhor Aplicação de Produtos – foram sujeitos à votação do júri mundial.

No ArchDaily – refere o portal – “não acreditamos que os júris ‘especialistas’ sejam necessários para determinar a arquitectura de qualidade. Confiamos nos nossos leitores para seleccionar os edifícios que - devido à beleza, inteligência, criatividade ou serviço à comunidade - representam a melhor arquitectura do ano”.

De destacar entre os 15 vencedores, a Apple Store na Michigan Avenue, Chicago do gabinete Foster + Partners, o santuário Budista Waterside, na China, do gabinete Archstudio ou o edifícios de escritório Rijnstraat 8 do atelier holandês Ellen van Loon OMA.

 

O Projecto da Herdade do Freixo

 

A herdade do Freixo, com cerca de 300 ha, e 26 ha de vinha apresenta-se como uma paisagem tipicamente alentejana, ondulante, diversificada e com interessantes pontos de vista sobre a envolvente – diz a memória descritiva do projecto datado de 2016 e com uma área de construção de 1941 m2. Que adianta: “Pontuada por aglomerados de zambujeiros, oliveiras e azinheiras, concentra ainda numa das suas elevações um Monte, identificado por construções tipicamente rurais que o definem.

A morfologia do terreno foi determinante para a definição do projecto, tornando-se imperativo mantê-la inalterada ainda que sujeita a uma intervenção com este volume de construção. Toda e qualquer intervenção não poderia pôr nunca em causa o equilíbrio encontrado no local”.

A Adega surge assim na continuidade da paisagem, fundindo-se com toda aquela extensão – sublinha o atelier de Frederico Valsassina.

“A linguagem depurada das formas arquitetónicas tira assim partido do efeito cénico do edificado, cativando o visitante e convencendo-o a percorrer a totalidade dos espaços de modo a se perceber o todo e entender a hierarquização funcional entre eles, distinguindo e individualizando cada uma das zonas industriais e sociais que o compõem” – prossegue a descrição.

E adianta: “Na produção, a opção de enterrar a Adega, projetando-a em vários pisos a mais de 40m de profundidade, permitiu que se utilizasse a força gravítica no processo de vinificação, respeitando assim as massas vínicas e utilizando as mais avançadas e inovadoras técnicas de enologia. Foi ainda possível por este motivo criar as melhores condições térmicas para a conservação dos vinhos dada a redução da amplitude térmica e aos valores baixos de temperatura”.

 

Fotografias da autoria de © Fernando Guerra | FG + SG