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Sustentabilidade

 

Nova plataforma pretende melhorar desempenho energético dos edifícios

31 de janeiro de 2020

Um novo conceito para aumentar a flexibilidade do modelo de contratos de desempenho energético está a ser desenvolvido pelo Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC) e pela EDP CNET, juntamente com outros cinco parceiros internacionais.

Trata-se do projecto europeu AmBIENCe que visa apoiar proprietários e investidores de edifícios na promoção de conforto e poupança energética, com recurso a uma plataforma que promove a gestão activa de consumos, com benefícios para o planeta.

 

O conceito de Contratos de Desempenho Energético surgiu no século passado, com a crise petrolífera de 1970, como uma forma inovadora de promover uma redução do consumo energético, através da devolução dos custos de instalação e de gestão de equipamentos. Estes contratos envolvem, ainda hoje, uma Empresa de Serviços Energéticos (porexemplo, a EDP), que disponibiliza vários serviços, tais como financiamento egarantias de desempenho e poupança energética, e um gestor ou proprietário do edifício. 

Apesar da crescente consciencialização em relação à implementação de medidas de eficiência energética, o mercado das Empresas de Serviços Energéticos tem, ainda, um longo caminho a percorrer para atingir todo o seu potencial. Em Portugal, a implementação de Contratos de Desempenho Energético ainda se encontra num estágio muito embrionário e conta com um número muito reduzido de Empresas de Serviços Energéticos. 

O projecto europeu AmBIENCe – Active Managed Buildings with Energy Performance Contracting – conta com dois parceiros portugueses no desenvolvimento de novos modelos de negócio e um novo conceito de Contratos de Desempenho Energético, assente na flexibilidade e na gestão de consumos, com benefícios para proprietários e utilizadores de edifícios, bem como para os investidores.  

Com base neste novo conceito, o consórcio vai desenvolver uma plataforma que permitirá calcular custos e poupanças associados à implementação destes Contratos de Desempenho Energético,fornecendo aos utilizadores de edifícios uma total transparência em relação aos seus consumos e gastos energéticos. Estas soluções, além de fomentarem o investimento na modernização e inteligência dos seus edifícios (revestimento,sistemas energéticos, instalação de painéis fotovoltaicos e/ou de pontos de carregamento de veículos eléctricos, …) vão permitir-lhes ter um papel mais activo e actuar de uma forma mais eficiente na redução dos consumos energéticos, sem que com isto prejudiquem o seu nível de conforto. 

Nilufar Neyestani, investigadora e coordenadora do projeto no INESC TEC, acrescenta que estes novos modelos de negócio pretendem reforçar o carácter “win-win” dos contratos de desempenho energético: “em Portugal, para além de existir um número muito reduzido de Empresas de Serviço Energético, existe uma grande lacuna nos incentivos para melhoria da performance energética dos edifícios. Por isso, o projecto AmBIENCe pretende atrair mais investimento, oferecendo aos investidores garantias de retorno através de uma melhor abordagem de medição e verificação dos consumos, assegurando dessa forma o cumprimento do contrato pelos utilizadores dos edifícios”. 

A solução AmBIENCe, a ser testada em dois pilotos – em Portugal e na Bélgica – estende o conceito de Contratos de Desempenho Energético a diferentes tipos de edifícios: de serviços, comerciais, residenciais, sendo que estes últimos, não são contemplados nos modelos actuais. 

Outra novidade destes novos modelos de desempenho, passa ainda pela integração de serviços energéticos e não energéticos, ligados ao conforto, à segurança e à saúde, por exemplo.

O projecto, com uma duração prevista de dois anos e meio, conta com um investimento global de 2 milhões de euros financiado pelo programa de investigação e desenvolvimento da União Europeia Horizonte 2020 sob o acordo número 847054. O consórcio é formado por sete parceiros de quatro países diferentes: VITO/ EnergyVille , BPIE e Energinvest (Bélgica); ENEA (Itália); IK4 (Espanha) e  INESC TEC e EDP CNET (Portugal).

Saiba mais sobre o projecto AQUI