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Reabilitação urbana depende das “pérolas” dos centros históricos

29 de outubro de 2016

O economista José Manuel Félix Ribeiro defendeu no 19.º Congresso Nacional da Associação Portuguesa dos Comerciantes de Materiais de Construção (APCMC), em Lisboa, que para captar investidores, o mercado da reabilitação urbana em Portugal tem de “apostar em pérolas”, ou seja, nos centros históricos com capacidade para atrair as “classes criativas americanas”.

 

Quem é o Economista?

Quem é José Manuel Félix Ribeiro? Enquanto estudante no Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras (ISCEF), na velha Rua do Quelhas, em Lisboa - ali justo ao lado da velha Emissora Nacional -, nos anos de agonia do marcelismo e anos de brasa da contestação estudantil ao regime e à Guerra Colonial, era a personalidade mais brilhante da sua geração. Apesar do seu ar tímido conseguia agarrar durante o tempo que fosse necessário uma vasta plateia de estudantes, mesmo que irrequietos, irreverentes e radicais, tal o poder de atracçãp e consistência do seu discurso… Depois da universidade, fez a sua carreira na Administração Pública, na sombra da reflexão, sem nunca assumir uma qualquer carreira política e pública de relevo que lhe vaticinavam, como muitos outros da sua geração e colegas de faculdade: Eduardo Ferro Rodrigues, José António Vieira da Silva, Augusto Mateus, e tantos outros.

Ultimamente tem surgido mais vezes, seja através de lançamento de livros de que é autor ou de aparições públicas em conferências e debates. Uma jornalista que o entrevistou há pouco, afirmava: “Os grandes eixos do seu discurso não são a dívida ou a despesa. São o crescimento ou essa palavra perdida que se chama estratégia…”.

Voltemos à intervenção de hoje do economista José Manuel Félix Ribeiro:

Actualmente, as “pérolas” são os centros históricos de Lisboa e do Porto, mas existe “um conjunto de paisagens, aldeias abandonadas e cidades em perda de importância”, no interior e centro de Portugal, que podem ser transformadas num produto imobiliário, referiu o economista.

José Manuel Félix Ribeiro adiantou que a reabilitação de “pérolas” portuguesas pode ser vendida junto de “classes criativas americanas”, uma vez que são pessoas “sedentas de história e de passado” que não têm nos Estados Unidos da América.

“Ir para a Europa não vale a pena, porque cada país tem o seu passado, agora os americanos não têm nenhum”, advogou o economista, à margem do 19.º Congresso Nacional da Associação Portuguesa dos Comerciantes de Materiais de Construção (APCMC), que decorre em Lisboa, subordinado ao tema “Responder às Exigências do Mercado da Reabilitação”.

 

“Devido à globalização um sector da construção pode ser altamente exportador”

 

Para José Manuel Félix Ribeiro, “a oferta é a chave” do crescimento da reabilitação urbana. Além do crescimento, o mercado da reabilitação enfrenta desafios na competitividade e na atractividade, bem como no emprego e no rendimento, declarou o economista.

“O que determina o crescimento futuro numa pequena economia aberta como Portugal é o investimento, que lhe permita competir e prosperar no futuro e na economia globalizada”, indicou.

Segundo José Manuel Félix Ribeiro, é necessário “ampliar a oferta de bens, serviços, conteúdos e conceitos ao exterior”, atraindo rendimento vindo do exterior que dinamize o mercado interno e valorizando o território com infraestruturas de conectividade internacional – digital e física – necessárias a quem queira vender no exterior.

O economista referiu ainda que tem de existir instituições que assegurem a qualidade dos recursos humanos, mantendo um nível regular de investimento na edificação residencial, turística, comercial e para os serviços.

“O sector da construção tem muito futuro e não é um sector não transacionável na totalidade, pode ser devido à globalização um sector altamente exportador”, frisou o economista.