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Mercado imobiliário para indústria e logística vai animar este ano

29 de abril de 2019

Apesar de em 2018, o mercado imobiliário para indústria e logística ter sido pouco dinâmico, com a promoção de novos projectos praticamente inexistente, para este ano o mercado dá sinais de um sentimento de confiança positivo.

De acordo com a consultora Savills Portugal, o volume de negócios observado somou um total de 180.300 m2, o que representa uma descida de 17% comparativamente ao período homólogo de 2017.

“O abrandamento das exportações e da procura interna é um dos factores contributivos para este decréscimo, aliado também à falta de oferta nova e a um grau de incerteza relativamente aos desenvolvimentos políticos e económicos no contexto externo”, explica Alexandra Gomes, Senior Analyst do Departamento de Research da Savills Portugal.

O volume de absorção verificado em 2018 foi alcançado através da ocupação de armazéns usados e da expansão de instalações já existentes com uma larga percentagem dos investimentos a ser desenvolvida pelos próprios ocupantes. O eixo Alverca – Azambuja foi o que registou o maior volume de absorção com aproximadamente 70.000 m2, seguido pelos eixos de Palmela – Setúbal (28.594 m2) e Loures – Vialonga (23.682 m2).

“Sem novas aberturas e sem novos projectos no horizonte, o sector imobiliário industrial nacional enfrenta diversos desafios, numa época em que o mercado exige capacidade de resposta rápida”adianta a responsável.

À excepção do arranque de promoção de cerca de 40.000 m2 de oferta especulativa promovidos pela Merlin e integrados na Plataforma Logística Lisboa Norte localizada na Castanheira do Ribatejo, não estão previstas novas promoções, o que acentua a pouca atractividade do sector comparativamente a outros segmentos imobiliários.

A consultora avança ainda que no entanto, a aposta na melhoria da experiência de compra e entrega, o crescimento gradual do e-commerce e a consequente necessidade de modernização das cadeias de distribuição, a par do aumento da capacidade operacional, têm conduzido muitos operadores à procura de novas instalações ou a melhorar as instalações actuais por forma a ajustá-las às novas exigências operacionais e de stock. A expansão do e-commerce como novo canal de vendas assume-se agora como oportunidade para o incentivo à promoção no setor industrial & logístico.

Em 2018, foi registado um investimento total de 140 milhões de euros no sector industrial e logístico, com as operações de venda da Plataforma Sonae na Azambuja à WP Carye por 43 milhões de euros e a venda de duas plataformas logísticas Dia à Square Asset Management por 33 milhões de euros, a constituírem as operações de maior peso neste sector.

“No que se refere a 2019, o mercado dá sinais de um sentimento de confiança positivo por parte dos operadores, incentivando a retoma da promoção e investimento neste segmento imobiliário. São vários os operadores que iniciaram em 2019 a construção de novos entrepostos e novos centros logísticos, reafirmando a necessidade do mercado receber novos projectos”, conclui Alexandra Gomes.

O Lidl Portugal já arrancou com as obras de construção do novo entreposto em Santo Tirso com 48.000 m2. Também a Rangel e o Marb SA. abriram em Braga o novo centro de operações de logística industrial com 6.500 m2 e a Dachser inaugurou o seu centro de operações de logística em Coimbra com o objectivo de dar resposta à previsão de crescimento apontada para os próximos anos.

Para 2019 é expectável uma subida das rendas perante uma oferta muito escassa e 100% assente em armazéns usados. A falta de oferta vai conduzir também à renegociação de contratos com revisão de rendas, o que nos eixos mais centrais, próximos de pólos urbanos que oferecem uma maior concentração e proximidade a outros serviços complementares, poderá significar um ligeiro incremento nos valores de renda.