CONSTRUÍMOS
NOTÍCIA
Internacional

 

Promoção de centros comerciais na Europa está a abrandar

7 de maio de 2018

A promoção de centros comerciais na Europa está a abrandar. Em 2017 inauguraram 3,8 milhões de metros quadrados, menos 23% que em 2016.

De acordo com a última edição do estudo European Shopping Centre Development publicado pela Cushman & Wakefield (C&W), o stock actual de centros comerciais a nível europeu totaliza 166,5 milhões de metros quadrados, dos quais 109,7 milhões se encontram na Europa Ocidental e os restantes na Europa Central e de Leste. No segundo semestre de 2017, a Turquia foi o país com o maior volume de centros comerciais em construção, mais de 495.000 metros quadrados, à frente da Rússia onde abriram 330.000 m2 e da Polónia com 298.000 m2.

A C&W adianta ainda uma previsã: Até ao final de 2019 irão inaugurar cerca de 6,6 milhões de metros quadrados em toda a Europa.

O estudo avança também que a França registou o maior volume de novas aberturas, tendo totalizado mais de 326.000 metros quadrados de inaugurações em 2017. Contudo, o estágio de maturidade deste mercado resultou numa queda de 28% na construção de novos espaços comerciais em comparação com 2016. O Reino Unido registou uma queda de 23%, tendo inaugurado apenas 120.000 metros quadrados no ano passado; enquanto a Alemanha sofreu um decréscimo de 82% na área inaugurada.

Em Espanha o forte aumento do turismo teve um impacto muito positivo na promoção de centros comerciais com a procura de retalhistas e investidores a aumentar. Espanha ocupou a segunda posição na Europa em volume de espaço inaugurado em 2017 com 210.000 metros quadrados e é o país com o segundo maior pipeline até 2019.

Já a maturidade da indústria dos centros comerciais em Portugal é reflectida no volume da oferta, contando o nosso país com uma densidade comercial de 312 m2/1,000 habitantes, superior à média da Europa ocidental e acima de países como Espanha, Reino Unido, França ou Itália. "Mas é também na performance dos centros comerciais portugueses que se verifica a maturidade e profissionalismo do sector, sendo que a renda prime de centros comerciais se situa actualmente nos 100 euros/m2/mês, superior a mercados como o espanhol, italiano ou alemão", revela o estudo.

A C&W admite que novas tendências do consumo podem estar na origem do abrandamento, nomeadamente o crescimento do comércio electrónico está a criar alguns desafios para a indústria de centros comerciais, mas também muitas oportunidades para promotores e proprietários, bem como retalhistas. "Este mercado irá passar por uma profunda transformação nos próximos anos, abrindo portas à inovação com introdução de novas tendências que a médio prazo poderão trazer fontes de retorno adicional".

"As principais tendências de evolução futura identificadas pelo relatório apontam para mudanças no tipo de projectos a desenvolver, com uma aposta crescente em zonas de lazer e de restauração, de forma a transformar os centros comerciais em pontos de encontro das comunidades; e um maior enfoque em centros de menor dimensão, apostando na proximidade e conveniência", salienta-se no estudo.