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Internacional

 

Investimento imobiliário em residências de estudantes em alta

9 de maio de 2018

O investimento imobiliário em residências de estudantes na Europa aumentou 29% em 2017, atingindo um volume de 13,6 mil milhões de euros.

No estudo “Student Housing Guide”, desenvolvido pela recém-criada equipa da Cushman & Wakefield (C%W) sobre a actividade deste segmento de actividade, conclui-se que as Residências de Estudantes estão a sair da categoria de “sector alternativo” de investimento para passarem cada vez a mais a ser uma categoria convencional com volumes consideráveis de alocação de capital em todo o mundo.

A Alemanha, está entre os países com mais elevado desenvolvimento neste segmento, dado que tem a maior população estudantil da Europa e tem registado um forte aumento nos últimos 10 anos quando comparado com o resto do continente. A elevada procura e o ambiente estável de investimento levaram vários investidores internacionais a entrar neste mercado nos últimos 18 meses, incluindo a Brookfield, GIC, Allianz, BVK e Harrison Street.

Se acordo com o estudo, outro mercado em crescimento é o de Espanha onde se registaram, em 2017, 600 milhões de euros em transacções de residências de estudantes, maioritariamente pela venda de dois grandes portfolios a novos investidores: GSA e um consórcio entre AXA, CBRE GIP e Greystar. Espanha manter-se-á um país atractivo pelas suas universidades reconhecidas internacionalmente, pelo aumento do numero de estudantes de outros países e pelas baixas taxas de disponibilidade de alojamento.

A C&W avança ainda que em Portugal esta tendência é já visível, com vários investidores interessados em adquirir residências de estudantes exploradas por operadores de reconhecida competência. No entanto, a fase inicial em que o mercado ainda se encontra tem vindo a limitar as transacções, dada a escassez de produto adequado aos requisitos dos investidores.

"Até muito recentemente, a oferta de residências de estudantes em Portugal limitava-se a projectos explorados pelas universidades, largamente insuficientes face à procura existente e complementados por alojamento em casas particulares. A recente evolução do mercado residencial em Lisboa e Porto provocou uma redução desta oferta complementar, em grande parte canalizada para o uso turístico, e um aumento muito considerável dos preços. Este enquadramento, em conjunção com o forte crescimento dos estudantes estrangeiros em Portugal (hoje cerca de 37.000 que traduzem um crescimento de 40% nos últimos 3 anos) potencia o interesse de Portugal para o desenvolvimento de residências de estudantes privadas, de forma a satisfazer a forte procura", lê-se no relatório.       

A consultoram refere também que actualmente vários operadores, locais e internacionais, procuram activamente oportunidades para o desenvolvimento de residências de estudantes. "A Collegiate, originária do Reino Unido inaugurou no principio do ano o primeiro projecto em Portugal, em Lisboa, e tem intenções de expansão para outros pontos do país. A Milestone, um operador austríaco, tem em desenvolvimento uma residência no Campus da Nova com abertura prevista ainda este ano. A Nido Collection, responsável por um portfolio com mais de 2.000 camas no Reino Unido, tem também em desenvolvimento uma residência no Porto, que será uma das maiores do país, com mais de 1.000 camas. Os operadores de origem nacional encontram-se também muito activos, com destaque para a Smart Studios ou a UHub", salienta.