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Incerteza do “Brexit” condiciona vendas em resorts

3 de abril de 2019

Não poderia deixar de assim ser, já que os britânicos continuam a ser os principais compradores de imóveis dos resorts da Algarve e da Costa Atlântica. Os britânicos permanecem activos, mas demoram mais para decidir. Estas algumas das conclusões do mais recente Relatório do Mercado de Resorts de Portugal, elaborado pela revista Confidencial Imobiliário em conjunto com a Associação APR - Resorts Portugueses e o o apoio da agência governamental Turismo de Portugal.

Índice de preços dos resorts aumentaram 18% em 2018 e número de casas em pipeline cresce 38%

O Índice de Preços Resort, desenvolvido pelo SIR – Resorts demonstra que no 2.º semestre de 2018 registou-se uma evidente recuperação de preços, que atingiu 18% em relação ao ano anterior.

Uma análise mais fina dos dados permitem revelar que “contrariamente aos mercados de Lisboa e Porto, que registaram uma trajectória ascendente mais consistente e prolongada, os resorts mostraram um comportamento mais flutuante”. Apesar de ter atingido, no semestre em análise, um crescimento anual de 18%, o mercado imobiliário dos resorts registou uma quebra de 10% (durante o segundo semestre de 2017).

Predominância existente dos compradores britânico “parecem restringir as expectativas de crescimento dos preços do imobiliário nos resorts”, apontando os inquiridos pelo estudo SIR-Resorts um aumento de preço de 5,5% em 2019, abaixo das previsões (para 12 meses) de 6,2% e 7,2% dos dois inquéritos realizados anteriormente.

Num contexto de incerteza, como é aquele que marca o resultado do Brexit, alguns operadores inquiridos pela pesquisa de opinião SIR-Resorts “apontam para um novo atraso no processo de tomada de decisão dos compradores britânicos”.

O “Triângulo de Ouro” do Algarve continua a brilhar

Albufeira-Loulé continua a ser o eixo mais importante em termos de oferta dentro do turismo residencial, de acordo com os dados do SIR-Resorts. “Esta área concentrava 46% das unidades à venda em 2018, constituindo uma das áreas onde o número de moradias integradas em resorts assume maior expressão” - refere o estudo.

O preço médio pedido em 2018 foi de 4.493 euros / m², o que supera em 978 euros os altos níveis de preços do mercado do Sotavento. O maiores valores praticados neste “triângulo” é de 8.612 euros/m2, atingindo 8.848 euros / m2 nas unidades integradas nos resorts. Na faixa intermédia, a oferta integrada em resorts é de 4,614 euros / m², o que significa que este tipo de habitação inseridas nos resorts tem um prémio de 40% (médio) e 56% (alto) relativamente às outras.

Como evoluem os preços da habitação no Algarve

O estudo do SIR-Resorts refere que “os preços de venda da habitação no Algarve aumentaram 13% no 3º trimestre de 2018 face ao ano anterior, de acordo com o Índice de Preços da Habitação (IPR) da Cinfidencial Imobiliário”. Albufeira, Loulé e Tavira registaram as maiores variações homólogas (17%, 16,1% e 15,1%, respectivamente) na região, embora apenas em Loulé, o mercado mais caro do Algarve, este aumento tenha acelerado face ao anterior trimestre (13,1%). Em Albufeira, registou-se um abrandamento no ritmo (0,3%), e em Tavira a diminuição foi de quase 2 pontos percentuais.

Portimão, que é o mercado de vendas mais dinâmico da região (17% do total do trimestre), registou um aumento anual de 11,6%, após uma queda de 2,5 pontos. Faro (11,8%), Silves (7%) e Lagos (5,3%) são os outros três mercados cujos preços subiram abaixo da média regional. Os restantes mercados apresentaram um crescimento anual de cerca de 14,5%.

3.441 novas moradias lançadas no Algarve em 2018

O Algarve registou um dos maiores crescimentos em termos de ‘pipeline’ de habitação entre 2017 e 2018. No ano passado, 3.441 novas moradias foram lançadas na região, 38% a mais do que as 2.491 que entraram em pipeline no ano anterior, uma evolução que foi apenas ultrapassado pela Área Metropolitana de Lisboa, principal alvo do país para os investidores, que teve um aumento de 43% em moradias no ano passado – informa o estudo SIR-Resorts.

No Algarve – adianta o documento - o ‘pipeline’ de 2018 corresponde a mais de 415.000 m2 de construção, distribuídos por 1.208 projectos habitacionais (79% de construção nova e 21% de reabilitação), dos quais 88% dizem respeito a casas unifamiliares, sendo os restantes 12% referentes a apartamentos. Em termos de habitações, esta última tipologia dominou, concentrando 66% das unidades licenciadas no Algarve em 2018.

O sistema de informação SIR-Resorts reúne os principais resorts das regiões do Algarve e da Costa Atlântica, bem como os agentes mais relevantes dentro desses mercados, que reportam, para fins estatísticos, os detalhes de cada um dos activos que têm à venda e de todos os vendas que realizam. Este conjunto de estatísticas faz deste sistema uma ferramenta essencial para os profissionais do mercado, permitindo-lhes aceder a dados fiáveis sobre preços e vendas, servindo assim os seus clientes, compradores e vendedores.