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Pré-arrendamentos e renegociação de espaços marcam o mercado de escritórios

24 de abril de 2019

Em 2018, foram ocupados 206.428 m2 de espaços de escritórios em Lisboa, um aumento de 24% comparativamente ao ano anterior. A renda prime atingiu os 21€/m2/mês na capital. No Porto, registou-se uma absorção de cerca de 80.000 m2, um resultado impensável há pouco tempo atrás.

Para 2019, a grande tendência no Mercado de Escritórios de Lisboa estará na renegociação de espaços e transacções de pré-arrendamento. Já no Porto são esperados 10 projectos novos nos próximos anos, que representam um aumento de mais 150.000 m2 de espaços de escritórios. Estas as principais conclusões do mais recente estudo elaborado pela Savills Portugal para o sector.

Lisboa: um recorde pelo segundo ano consecutivo

No que se refere à capital – refere o estudo da Savills — o Mercado de Escritórios bateu novo recorde pelo segundo ano consecutivo,com a ocupação de 206.428 m2 de espaços de escritórios (+24% que em 2017), o que traduz “uma recuperação total face aos valores históricos observados nos anos 2007 e 2008” - diz a consultora.

“A recuperação do mercado ocupacional, com início em 2014, traduz um nível de procura elevado, no qual os grandes ocupantes começam a ter um peso muito importante e a contribuir igualmente para o prestígio da cidade de Lisboa no contexto internacional”, refere ao DI Alexandra Gomes, Senior Analyst do departamento de Research da Savills Portugal.

Teleperformance e a Google foram algumas das entidades responsáveis pelas maiores operações registadas no mercado de escritórios de Lisboa. No que respeita às rendas praticadas, registou-se em tendência de subida ao longo de 2018, com a renda prime a atingir os 21€/m2/mês. Ainda assi, e comparativamente a outras cidades europeias, o mercado de escritórios de Lisboa oferece os valores de rendas mais competitivos, demonstrando margem de crescimento para os próximos anos. A entrada de novos projectos de elevada qualidade nos próximos dois a três anos fará elevar as rendas prime, que poderão atingir os 25€/m2/mês – adianta a consultora.

2019: ocupação não será maior por falta de oferta...

Para 2019, a grande tendência do Mercado de Escritórios de Lisboa estará, segundo a Savills, na renegociação de espaços e transacções de pré-arrendamento. 2019 será um ano “que se prevê marcado por uma quebra inevitável no volume de absorção perante uma oferta que irá manter-se escassa ao longo do ano”. A falta de oferta nova e a necessidade urgente de mudança de espaço tem motivado o surgimento de duas tendências, explica aquela responsável: “por um lado, as empresas acabam por optar por instalações mais obsoletas, apostando em ligeiras intervenções que adequem melhor o espaço aos seus requisitos de ocupação. Por outro lado, alguns proprietários de edifícios apostam no reposicionamento e modernização dos seus edifícios para receberem novos inquilinos”, conclui Alexandra Gomes.

Porto: em crescendo, em quantidade e qualidade...

No que se refere à invicta, em 2018, o mercado de escritórios registou mais de 40 operações num volume de absorção aproximado de 80.000 m2. A elevada procura por parte de empresas multinacionais e grandes ocupantes tem sido a principal responsável pela subida nos valores de absorção, que a Savills prevê “aumentarem ao longo de 2019”.

Alexandra Gomes refere ainda que “os diversos projectos de reabilitação e requalificação de edifícios antigos têm exercido um papel fundamental no incremento da oferta disponível de escritórios na cidade do Porto. A estes processos de reabilitação, juntam-se igualmente um conjunto de factores que conferem à cidade do Porto um grau de atractividade cada vez mais considerável, entre eles o talento qualificado, a presença de várias startups e incubadoras, a localização geográfica estratégica, um mercado turístico em crescimento e o enorme potencial de requalificação de edifícios existentes para novos projectos imobiliários. Destaque para o contributo importante de zonas como Matosinhos, Maia ou Boavista para o mercado de escritórios do Porto”.

A zona de Matosinhos contabilizou 34% do total de volume de ABL ocupado no mercado de escritórios do Porto, com a ocupação do Edifício Urbo por parte do BNP Paribas num total de 15.000 m2 a contribuir significativamente para esse resultado.

No que toca a valores no Porto, as rendas no mercado de escritórios têm registado subidas assentes na procura elevada, justificadas em parte pela melhoria na qualidade dos novos projetos promovidos, atraindo um maior número de ocupantes, muitos deles internacionais. Para 2019, é expectável que o mercado continue a observar um aumento nos valores de renda, ainda que mais ligeiro, sendo explicado pela entrada de novos e modernos projectos, que vão elevar a fasquia do mercado.

10 novos projectos

Nos próximos anos são esperados no mercado do Porto cerca de 10 projectos novos, que representam uma adição de mais de 150.000 m2 de espaços de escritórios, contribuindo para a capacidade de resposta do mercado face a uma procura que se prevê continuar a aumentar. É o caso do Edifício Porto Office Park (POP) com 31.000 m2 previsto para o final do ano 2019, do Edifício Porto Business Plaza na zona Porto Oriental – Campo 24 de Agosto, que irá acrescentar 15.500 m2 de oferta nova e do Palácio dos Correios nos Aliados com 16.800 m2, cuja conclusão também está prevista para 2019.