CONSTRUÍMOS
NOTÍCIA
Escritórios

 

Lisboa: onde as rendas de escritórios mais recuperaram?

10 de outubro de 2017

As rendas prime de escritórios em Lisboa voltaram a crescer em praticamente todas as zonas no 3º trimestre de 2017, acelerando o ritmo de recuperação face a 2013, quando atingiram mínimos históricos, revela a JLL. De acordo com a consultora imobiliária, o Parque das Nações e o Corredor Oeste são as zonas onde este crescimento acumulado é mais evidente, com as rendas a recuperarem cerca de 30% nos últimos quatro anos. No 3º trimestre de 2017, a renda prime no Parque das Nações atingiu os 17 euros/m2/mês (13 euros/m2/mês em 2013) e no Corredor Oeste, nomeadamente no Lagoas Park, os 13 euros/m2/mês (10 euros/m2/mês em 2013).

 

Parque nas Nações: falta de Oferta explica recuperação das rendas

 

“No Parque das Nações este aumento deve-se, sobretudo, à redução significativa da área disponível durante os últimos anos, resultado de uma procura dinâmica associada à falta de nova oferta. Actualmente a taxa de disponibilidade é apenas de 3%”, afirma Mariana Rosa, Directora do Departamento de Office Agency e Corporate Solutions. No caso do Corredor Oeste, “a recuperação foi influenciada essencialmente pelos bons níveis de procura por áreas de grande dimensão, já que a oferta disponível se mantém elevada. Esta tem sido, aliás, uma das zonas que mais tem beneficiado com a falta de oferta no centro de Lisboa, captando muitas empresas que procuram áreas grandes”, diz.

Para a consultora, Lisboa continua a ser um destino de eleição para a instalação de empresas, com a procura de escritórios a manter-se elevada, conforme evidenciam os resultados da sua actividade neste mercado.

 

Recuperação a ritmo mais lento

Nas restantes zonas, a tendência tem sido igualmente de recuperação, embora a um ritmo menos acentuado. No Prime CBD, que se mantém como a zona mais cara – a renda ronda os 19 euros/m2/mês no 3º trimestre de 2017 -, a subida foi de 4% nos últimos 4 anos, enquanto no CBD (renda actual de 15 euros/m2/mês) se fixou em 3% e na Zona Histórica e Ribeirinha nos 7% (para os actuais 15 euros/m2/mês). A Nova Zona de Escritórios foi a única onde as rendas neste período se mantiveram estáveis (igualmente nos 15 euros/m2/mês).

 

Tendência que irá manter-se…

 

“A tendência de crescimento progressivo e transversal a todo o mercado, especialmente sentida desde 2015, deverá manter-se. Os ritmos de subida são diferentes por uma questão de equilíbrio entre oferta e procura em cada uma das zonas, embora seja também de notar que as zonas onde as rendas mais recuaram entre 2007 e 2013, são aquelas onde a recuperação está a ser mais rápida”, diz ainda Mariana Rosa. 

A JLL sublinha que Lisboa continua a ser um destino de eleição para a instalação de empresas, com a procura de escritórios a manter-se elevada, conforme evidenciam os resultados da sua actividade neste mercado. A consultora foi responsável pela colocação de cerca de 34.600 m2 de escritórios , ou seja 38% dos cerca de 91.000 m2 transacionados desde início do ano, o que demonstra o seu contributo para o actual dinamismo do mercado.

 

Como irá ser o futuro a curto prazo…?

 

De acordo com o estudo de mercado da JLL “Market 360º- 1º semestre de 2017”, neste momento, o desenvolvimento de nova oferta de escritórios em Lisboa mantém-se reduzido, já que o financiamento à promoção neste segmento ainda é limitado e o desenvolvimento de empreendimentos residenciais em zonas centrais continua a ser uma opção mais rentável.

No 1º semestre foi concluída a nova sede da Abreu Advogados na zona Histórica e Ribeirinha, resultado da transformação de um antigo armazém com 6.000 m2, e, até final do ano, é esperada conclusão de mais 2 edifícios nesta mesma zona, no total de 22.000 m2. Em 2018 deverão entrar no mercado 6 novos edifícios, que totalizam mais de 70.000 m2, dos quais 82% são de desenvolvimento especulativo. Um desses edifícios é a torre FPM41, no gaveto da Avenida Fontes Pereira de Melo com a 5 de Outubro, em pleno Prime CBD, que tendo vindo para o mercado de forma especulativa, tem já garantida ocupação para a quase totalidade da área (22.500 m2) pelas empresas KPMG e PLMJ. No pipeline, destaca-se ainda o Hub Criativo do Beato, que também já assegurou ocupantes para cerca de 50% dos futuros 30.000 m2 previstos para o uso de escritórios, avança o research Market 360º.