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Escritórios

 

Início de 2019 continua com falta de escritórios em Lisboa

10 de abril de 2019

A falta de oferta de escritórios na capital portuguesa originou um decréscimo na ocupação no primeiro mês do ano. Foram ocupados 9.383 m2, cerca de 22% e 32% abaixo da actividade do mês anterior e do período homólogo respectivamente.

Segundo o Office Flashpoint da JLL referente a este mês, este arranque de ano em desaceleração resulta, sobretudo, da incapacidade da oferta existente em dar resposta à procura.

"As empresas continuam muito ativas na procura de escritórios, o problema reside em encontrar os espaços que correspondam aos seus requisitos. Apesar dos anúncios de novos investimentos e do pipeline de nova promoção, o facto é que a área disponível tem vindo a reduzir. Nos últimos 7 anos, entraram em stock uma média de apenas 27 mil m2 por ano, ao mesmo tempo que a carteira de edifícios usados foi sendo reduzida, com a reconversão de muitos imóveis para outros usos e também por obsolescência. Temos hoje um stock de 4,16 milhões m2, com uma taxa de disponibilidade historicamente baixa, nos 6,5%. Ou seja, o parque de escritórios é hoje claramente insuficiente para uma procura que tem crescido em volume e diversidade", salienta Mariana Rosa, Diretora de Office / Logistics Agency & Transaction Management da JLL.

De acordo com a consultora, em Janeiro foram concretizadas 12 operações, destacando-se a ocupação de cerca de 3.600 m2 pela AICEP e de cerca de 1.100 m2 pela West Tech Ventures, ambas na zona 2 (CBD); e a tomada de aproximadamente 1.500 m2 pela Ericsson na zona 5, Parque das Nações. A zona 2 foi a mais dinâmica, concentrando 59% da ocupação no mês, e o sector de Serviços a Empresas o que gerou maior actividade (50% do take-up), refletindo o impacto das operações da AICEP e da West Tech Ventures. TMT’s & Utilites foi o segundo sector da procura com maior dinamismo, concentrando 21% da ocupação em Janeiro.

 As mudanças de edifício foram responsáveis pela maioria da actividade no mês, garantindo 68% da ocupação total. A área média transaccionada em Janeiro foi de 782 m2.

Mariana Rosa admite que “ao longo de 2018, esta necessidade premente de novo stock já foi evidente, apesar da boa performance do mercado, e Janeiro mostra o consolidar dessa tendência, que deverá acentuar-se ainda mais, pois a procura continua bastante activa e a oferta não vai acompanhar. Há mais multinacionais a quererem instalar-se em Lisboa e um aumento significativo na criação de novas empresas, além da dinâmica gerada na mudança de escritórios. Do lado da oferta, surgirão 77.800 m2 este ano, embora apenas 32.000 m2 não estão ainda contratados. Só a partir do próximo ano, começará a suavizar-se este desequilíbrio, tendo em conta os mais de 483.000 m2 previstos entrar em entre 2020 e 2023”.