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Espaços de trabalho do futuro: Sem escritórios?

14 de junho de 2018

O mundo do trabalho está a mudar, as novas tecnologias alteraram por completo a forma de trabalhar, só no nosso país 55% dos portugueses trabalham fora do escritório. Como serão os escritórios do futuro?

Um número sem precedentes de empresas está agora a adoptar um modelo de trabalho muito diferente, conforme revela o estudo divulgado pelo grupo IWG, empresa líder em coworking que detém as marcas Regus e Spaces. “Profissionais de Seattle a Singapura, Londres a Lagos já não precisam de um espaço específico”, referiu Mark Dixon, fundador e CEO do grupo IWG. “Estamos a entrar na era dos espaços de trabalho flexíveis, o que é muito excitante. Não só para os funcionários das empresas, como também para os empresários. Isto é uma grande mudança no mundo do trabalho a nível global e os empresários estão a avaliar o que esta tendência significa para as suas empresas”, acrescenta.

Este estudo revela ainda que 55% dos portugueses trabalham 2.5 dias por semana fora do escritório, 11% trabalha fora do escritório da empresa cinco dias por semana e 25% desenvolve a sua actividade em outros espaços pelo menos uma vez por semana.

Os empresários portugueses reconhecem que oferecer locais de trabalho flexíveis aos colaboradores lhes traz inúmeros benefícios. 93% concorda que este novo modelo incrementa o crescimento do negócios e 96% defende o aumento da competitividade. O trabalho flexível também ajuda à produtividade (70%), além de permitir a atracção de novos talentos (76%) e maximizar o lucro (88%). Por outro lado, 77% dos empresários referem que estão a optar por espaços de trabalho flexíveis a pedido dos colaboradores.

O estudo mostra também que Portugal está acima de média global (dos países inquiridos para o estudo). De referir que 61% dos empresários portugueses inquiridos nasceram entre 1965 e 1980. Neste inquérito foram ouvidos 100 empresários portugueses. A pesquisa do IWG, monitorizada pela MindMetre Research, concluiu ainda que o trabalho flexível aumenta a produtividade, a satisfação no trabalho e até a criatividade. A isto somam-se as vantagens financeiras e estratégicas para as empresas.

Apesar da mudança e de cada vez existiem mais espaços de trabalho flexíveis, outras empresas necessitam ainda de agregar os seus colaboradores e mesmo estes estão conscientes da necessidade de transformação dos espaços. Durante o Workplace Design Conference, organizado pela APFM – Associação Portuguesa de Facility Management e realizada pelo 3g Smart Group, em colaboração com a ATREVIA, sobre a transformação dos espaços e o seu impacto nas organizações, David Valero Compte, Sales Director in Major Accounts da Ricoh Spain & Portugal destacou três desafios das empresas: inovar, cocriar e colaborar e refere que “a colaboração já não é uma opção, é sim estratégica e produtiva”. 

Fernando Resina da Silva, sócio da Vieira de Almeida & Associados, reflectiu sobre a transformação do local de trabalho e o impacto na produtividade do trabalho e referiu que é mais fácil levar a cabo um processo de transformação começando com elementos sensoriais e então depois com mudanças comportamentais. Nós aproveitámos a nossa mudança física para aplicar novas mudanças e fazer outro tipo de alterações. Hoje, comunicamos mais, sorrimos mais e somos mais solidários uns com os outros", o advogado esclareceu ainda que “não conseguimos adaptar o ambiente a cada colaborador, mas podemos identificar tipologias de pessoas e criar espaços de acordo com essas tipologias, criando um equilíbrio entre individualidade e uniformidade".