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Empresas de Construção: Se não estão na internet é como se não existissem

9 de dezembro de 2021

Para qualquer empresa, estar presente na internet é, hoje em dia, indispensável. Mesmo que não use directamente este canal para realizar vendas, a verdade é que se não tiver um site é como se não existisse. Não estar na internet é perder visibilidade e oportunidades.

“Se este é o lado mais evidente da digitalização, ele será, todavia, o de menor impacto e exigência, quer ao nível dos processos internos das empresas, quer nas relações a montante e a jusante, com fornecedores, transportadores, construtores, projetistas e clientes finais”, começa por dizer José de Matos, secretário geral da APCMC – Associação dos Comerciantes de Materiais de Construção.

Acrescenta: "Se, por um lado, nos deparamos hoje com uma necessidade crescente de informação sobre os produtos, seja por força dos regulamentos e obrigações administrativas, seja pela própria complexidade dos processos ou pelas solicitações dos clientes e prescritores. Por outro lado, a concorrência impõe sucessivas melhorias na eficiência com que realizamos as operações que permitem construir uma proposta de valor reconhecida pelo mercado".

Para o responsável, só é possível acompanhar esta crescente complexidade através dos meios informáticos e, para os alimentar, é necessário que o enorme volume de informação esteja disponível em formato digital, com a profundidade e a qualidade adequadas.

Esta informação sobre os produtos vai muito para além das referências, das designações, dos códigos de barras e dos preços. Ela inclui dados técnicos, ambientais, fotografias, normas de utilização, ficheiros de desenho, objetos BIM (Building Information Model ou Modelo da Informação da Construção), etc. Não é possível que cada empresa crie a sua própria informação, não só pela dimensão e custo da tarefa, mas também porque, se cada produto tiver associada uma informação diferente consoante aquele que a introduziu, a comparabilidade seria impossível e o mercado não poderia funcionar eficazmente.

O papel do fabricante

À partida, a solução parece simples, já que existe uma entidade que possui toda a informação sobre os seus produtos, o fabricante. Se houver um acordo no mercado sobre as informações que são necessárias para cada tipo de produto e a forma como essa informação é preenchida e transmitida dentro da fileira, o problema básico e mais importante para que a digitalização se traduza em melhorias significativas de eficiência em todos os agentes da fileira está resolvido!

“Esse acordo ou norma também já existe! É o APCMC Datacheck!”, alerta José de Matos. Frisa, “para funcionar, basta que os fabricantes tomem a iniciativa de preencher um ficheiro Excel e que façam o upload do mesmo e das sucessivas atualizações na plataforma APCMC Datacheck, autorizando os distribuidores seus clientes a aceder à mesma. Tudo no mesmo formato, para todos os fabricantes e para todos os clientes, para todos os tipos de produtos, de forma automática, sem custos, sem erros e quase imediata”.

Finaliza: “É assim que se faz a transição digital no nosso sector. Só não se faz se os fabricantes não quiserem… ou não estiverem na verdade preocupados em apoiar os seus clientes”.

Para Johan Stevens, diretor geral Sanitop, empresa associada da APCMC, "actualmente é indispensável comercializar produtos de elevada qualidade, adaptados às exigências crescentes do mercado. Mas, para além do produto físico, também temos de disponibilizar aos nossos clientes o acesso a informação técnica e comercial, de forma clara e rigorosa, através de canais digitais rápidos e eficazes. Com a implementação do DataCheck pela APCMC, toda esta informação estará disponível ao alcance de um clique com grande fiabilidade dos dados disponibilizados”. 

Já na opinião de Ávila e Sousa, Diretor Técnico e Marketing / CMO - Grupo Preceram, "a iniciativa da APCMC surge na altura certa e vem impulsionar uma verdadeira transição digital do setor. Sendo certo que parte do caminho já estava a ser percorrido pelos diversos atores (fabricantes, distribuidores, prescritores, …) é fundamental que estes se cruzem e interliguem no futuro. A ferramenta desenvolvida, APCMC Datacheck, permite uma comunicação simplificada, mas eficiente entre todos”.

Também Pedro Mêda, investigador do Instituto da Construção e Coordenador Técnico do projeto GrowingCircle - Construção eficiente e sustentável através da integração da informação, acrescenta que "benefícios trouxe para a nossa vida plataformas como o Booking, o Trivago ou o TripAdvisor, entre outras? Algum relevante?

De facto, as plataformas que referi resultam da digitalização de informação relevante sobre hotéis e restaurantes. Informações simples como a localização, o custo, o nível de serviço, as comodidades, todas elas com capacidade de serem amplamente ilustradas com recurso a imagens.   

São estas interfaces que funcionam como elementos de apoio à nossa decisão, em função de um conjunto de circunstâncias como a nossa disposição, o local onde estamos, situação em que nos encontramos (trabalho, lazer).

Por trás destas aplicações está uma lógica de normalização da informação que permite a realização de comparações e que pretende promover a melhoria do negócio a todos os intervenientes.

Esta filosofia está já a acontecer no sector da construção. Os projetistas e empresas de construção têm necessidades crescentes relativamente aos dados dos produtos e estes dados têm de ser apresentados de uma forma que permita a sua comparação e utilização direta nos processos de construção. Do ponto de vista da relação entre fabricantes e comerciantes de produtos de construção a situação é idêntica.

Os desafios são grandes e as estratégias têm de ser as mais acertadas. Neste contexto, os projetos de digitalização dos produtos da construção como o APCMC Datacheck ou o projeto GrowingCircle são essenciais para quem queira, de forma consistente, abraçar todo o potencial que a digitalização aporta ao setor da construção. Para além destas mais-valias, este processo tem impactos positivos diversos em toda a cadeia de valor da construção e ciclo de vida das construções.

Deste modo, os processos de selecção e de negócio dos produtos de construção serão muito mais ágeis e eficientes, tal como hoje acontece com os processos de escolha de um hotel ou restaurante”.