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Almirante Reis será a próxima zona da 'moda' de Lisboa

1 de abril de 2019

O City Thinkers da Cushman & Wakefield revela que a NEXT big thing para Lisboa será a transformação de toda a parte oriental da cidade ancorada, numa 1ª fase no eixo da Av. Almirante Reis, complementada com projectos para além da linha de cintura ancorada no eixo da Av. da República, uma vez que é aquele que apresenta menos barreiras.

A consultora criou recentemente o City Thinkers, trata-se de um grupo multidisciplinar que estuda e pensa as cidades, traçando as próximas tendências. Num artigo de opinião realizado pelo City Thinkers - Lisboa, What’s NEXT? revela que a capital portuguesa está a mudar, sobretudo depois da explosão da reabilitação urbana e do aumento do turismo.

As perspectivas deste grupo que pensa as cidades, os eixos de atracção irão se expandir para além do centro histórico central. "Analisando a emissão de alvarás desde 2016 conclui-se que as operações de reabilitação urbana se apresentam muito concentradas no centro histórico com uma irradiação ao longo dos principais eixos, encontrando uma barreira na linha de cintura (caminho de ferro) da cidade", revela o grupo.

Veja o que dizem os especialistas:

Dentro desta 1ª coroa da cidade a pressão urbanística desvanece com o afastamento ao centro, sendo que a sua intensidade varia consoante o eixo analisado. A zona central, onde se sente a maior pressão, aparenta estar limitada a oeste pelo alinhamento da Rua do Século (limite do Bairro Alto), a este pelo Campo de Santa Clara (limite de Alfama) e a norte pela Praça dos Restauradores. De uma forma evidente, esta coincide igualmente com a área com maior pressão turística. Salienta-se que a pressão aparece muito concentrada no Bairro Alto e Baixa de Lisboa.

Fora da zona central, a pressão urbanística desenvolve-se essencialmente ao longo de 4 eixos:

  1. 1.    Av. 24 de Julho;
  2. 2.    Rua da Escola Politécnica / Campo de Ourique;
  3. 3.    Av. da Liberdade / Av. da República;
  4. 4.    Av. Almirante Reis.

 O eixo da Av. 24 de Julho é aquele que apresenta maior intensidade, atingindo praticamente a barreira da linha de cintura em Alcântara.

Apesar da evidente concentração ao longo destes eixos, as operações parecem igualmente estar a desenvolver-se ao longo de um terceiro anel que liga a Av. 24 de Julho ao eixo da Av. da Liberdade, através dos bairros habitacionais tradicionais da parte ocidental da cidade (Estrela / Campo de Ourique) até ao eixo da Rua Braamcamp (a azul). O Eixo da Av. da República parece estar a formar uma ligação ao Eixo da Av. Almirante Reis através da Av. Casal Ribeiro / Rua Pascoal de Melo (a verde).

Estas coroas que se estão a formar, são em parte causadas por grandes zonas de equipamentos para as quais não é possível para já, existir pressão urbanística, nomeadamente:

  1. Entre o eixo 1 e 2 - O Jardim e a Basílica da Estrela, Liceu Pedro Nunes e Igreja dos Prazeres;
  2. Entre o eixo 2 e 3 - A Igreja de Nossa Senhora da Conceição no Rato
  3. Entre o eixo 3 e 4 - O Hospital de São José, Hospital Miguel Bombarda, Academia Militar, e Hospital D. Estefânia (note-se que esta é maior área de equipamentos de toda a cidade).

Neste sentido, a desativação de alguns destes equipamentos poderá levar ao aumento da pressão sobre o eixo da Av. Almirante Reis conferindo-lhe intensidade comparável aos restantes eixos.

Adicionalmente está a materializar-se um conjunto de investimentos na zona oriental da cidade (Marvila) focado maioritariamente em usos alternativos (como coworking e coliving), o que poderá funcionar como catalisador da restruturação desta parte da cidade, encontrando-se, contudo, ainda numa fase precoce do seu desenvolvimento.