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Banco de Portugal: Preços das casas em Portugal continuam com sinais de sobrevalorização

4 de dezembro de 2019

Os preços das casas continuam a indicar “sinais de sobrevalorização no mercado”, segundo o Relatório de Estabilidade Financeira do Banco de Portugal, hoje divulgado, que antecipa contudo "moderação" do crescimento dos preços.

De acordo com o banco central, “nos trimestres mais recentes, os preços do imobiliário residencial mantiveram a trajectória de crescimento, o que continua a traduzir-se numa sobrevalorização no mercado em termos agregados”, sobretudo devido à elevada procura por estrangeiros e à dinâmica do turismo.

Apesar da sobrevalorização do mercado imobiliário residencial (cujo comportamento não é igual entre todas as regiões de Portugal), nota o Banco de Portugal que se continua a verificar a queda do ‘stock’ de crédito à habitação acumulado nos balanços dos bancos e que as transacções imobiliárias financiadas com crédito bancário interno continuam em torno de 40% do total.

Para o Banco de Portugal, a sobrevalorização dos preços do imobiliário é um dos riscos para a estabilidade financeira, uma vez que a atual dinâmica pode “ser interrompida por um conjunto de factores, como sejam a materialização de eventos de tensão geopolítica e/ou de abrandamento mais acentuado da actividade económica a nível global, que poderão limitar ou reduzir a procura externa dirigida a Portugal, bem como alterações no quadro fiscal nacional sobre o mercado imobiliário”.

O Banco de Portugal espera que, de futuro, alterações no mercado tendam a moderar o aumento dos preços.

“Em termos prospectivos, espera-se que o abrandamento da actividade económica, a redução na procura de imóveis para alojamento local e o aumento da oferta contribuam para a moderação do crescimento dos preços dos imóveis residenciais em 2019. Contudo, o prolongamento de um ambiente de taxas de juro muito baixas a nível global pode criar incentivos para a sustentação do crescimento dos preços neste mercado”, refere.

Assim, o banco central defende que os bancos devem ajustar os preços dos novos empréstimos ao risco de crédito dos clientes para minimizar riscos que possam surgir de futuro.

LUSA/DI