CONSTRUÍMOS
NOTÍCIA
Sustentabilidade

 

 

 

 

 

 

 

 

Herdade da Contenda em Moura vence Prémio Nacional de Paisagem 2020

7 de dezembro de 2020

A Herdade da Contenda venceu o Prémio Nacional de Paisagem 2020, anunciou hoje o município de Moura (Beja), distinção que será entregue na quarta-feira pelo ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes.

A candidatura “Uma paisagem de referência na Raia – A Herdade da Contenda”, da empresa municipal Herdade da Contenda, foi a escolhida entre 25 candidaturas colocadas à apreciação do júri por entidades de todo o país e vai, por isso, representar Portugal no Prémio da Paisagem do Conselho da Europa.

“Numa altura em que estamos a afirmar o concelho de Moura como destino diversificado, o prémio é um impulso enormíssimo para que a Herdade da Contenda tenha uma visibilidade maior não só a nível nacional, mas também internacional. É um reconhecimento importante, entre 25 candidaturas excelentes, para um projecto único e diferenciador”, disse à Lusa o presidente da autarquia alentejana, Álvaro Azedo (PS).

 

“Desenvolvimento territorial mais sustentável”

Criado em 2012, o Prémio Nacional de Paisagem é uma iniciativa da Direcção-Geral do Território, que pretende distinguir quem contribui, em Portugal, “para um desenvolvimento territorial mais sustentável e promove a sensibilização para a importância da paisagem na qualidade de vida.

O prémio deste ano vai ser entregue na quarta-feira ao presidente da Câmara Municipal de Moura, durante a 3.ª Conferência da Política Nacional de Arquitectura e Paisagem, que vai decorrer exclusivamente em plataformas online entre quarta-feira e sexta-feira.

 

Herdade da Contenda: “Um montado extraordinário, encantador”

A Herdade da Contenda, propriedade do Município de Moura desde 1893, possui uma área de 5.267 hectares. Situada na raia com Espanha, o territóri tem uma “história rica de disputas entre os povos de um lado e de outro da “fronteira”, durante mais de seis séculos. Segundo o site do município, aqui “se estabeleceu o último troço da fronteira entre Portugal e Espanha, em 1893”.

A Herdade da Contenda é um “projecto de referência para uma gestão sustentável do uso do solo”, refere uma nota do município de Moura , “inspirador da importância da paisagem enquanto recurso e demonstrador de como a interacção humana com os sistemas naturais a pode construir, destruir e reconstruir”.

Segundo Pedro Rocha, administrador executivo da empresa municipal Herdade da Contenda e responsável pela candidatura, o projecto diferencia-se por ser “provavelmente a maior área na posse de um município”, uma vez que pertence ao concelho desde 1893.

“É uma área de fronteira com características muito específicas, que apanha o fim da Serra Morena [de Espanha] na sua parte ocidental e tem estas características de ter uma paisagem muito diferenciada”, explica Pedro Rocha à Lusa.

Também para o presidente da Câmara de Moura, a Herdade da Contenda distingue-se por ser “o que de melhor a região tem para oferecer” aos seus visitantes “em termos paisagísticos”.

“Um montado extraordinário, encantador, que faz toda a diferença no território e no qual estamos a trabalhar muito na sua preservação. Por outro lado, temos ali uma mescla de influências, com um pinhal imenso, uma floresta que se distingue das demais. É um local a visitar não só por essas características, mas também pela fauna e flora que polvilham a região e a herdade”, sublinhou Álvaro Azedo.

 

25 candidaturas

A candidatura ao Prémio de Paisagem 2020 foi elaborada pela empresa municipal Herdade da Contenda e contou com o apoio do arquitecto paisagista Nuno Lecoq, que em 2014 desenvolveu a tese de doutoramento “A Herdade da Contenda. Uma Paisagem Única como Paisagem de Referência”.

Segundo o site da Direcção-Geral do Território, a edição de 2020 do Prémio Nacional de Paisagem registou 25 candidaturas, 17 da iniciativa de câmaras municipais, três provenientes de associações de municípios, quatro de associações sem fins lucrativos e uma da Região Autónoma dos Açores.

A apreciação das candidaturas foi feita por um júri composto por 14 entidades, incluindo as Regiões Autónomas da Madeira e Açores e “presidido por um perito nacional de reconhecido mérito na área da paisagem”.

Lusa/DI