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Saldo externo da economia portuguesa fixou-se em -0,4% do PIB no 1º trimestre

24 de junho de 2022

A economia portuguesa no 1º trimestre de 2022 registou uma necessidade de financiamento de 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB), que compara com uma capacidade de financiamento de 0,7% no trimestre anterior, avança hoje o INE.

De acordo com o Instituto Nacional de Estatística, o Rendimento Nacional Bruto (RNB) e o Rendimento Disponível Bruto (RDB) aumentaram, respetivamente, 3,0% e 2,8% (crescimentos em cadeia de 2,0% no trimestre anterior). A alteração de sinal do saldo externo da economia reflectiu a redução da capacidade de financiamento das Famílias e o aumento da necessidade financiamento das Sociedades Não Financeiras, dado que se reduziu a necessidade de financiamento das Administrações Públicas (AP) e se manteve inalterado o saldo das Sociedades Financeiras.   

O Rendimento Disponível Bruto (RDB) das Famílias aumentou 1,4% face ao trimestre anterior, verificando-se crescimentos de 1,7% e 2,4% das remunerações e do Valor Acrescentado Bruto (VAB), respectivamente. A despesa de consumo final aumentou 4,1% (2,3% no trimestre anterior), determinando a redução da taxa de poupança para 8,3% (10,7% no trimestre anterior), o que, em conjunto com o aumento do investimento, conduziu à redução da capacidade de financiamento em 1,9 pontos percentuais (p.p.), para 2,4% do PIB. 

A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) das Famílias, que corresponde essencialmente à FBCF em habitação, registou uma taxa de variação de 3,2% no 1º trimestre de 2022 face ao trimestre anterior. Comparando com o trimestre homólogo, o aumento da FBCF das Famílias foi 13,8%. A taxa de investimento das Famílias (medida através do rácio entre a FBCF e o rendimento disponível) aumentou para 6,2%

O saldo das Sociedades Não Financeiras (SNF) fixou-se em -2,8% do PIB, menos 0,5 p.p. que no trimestre anterior. O VAB do sector registou um aumento de 3,0%, que foi parcialmente anulado pelo aumento das remunerações pagas e do investimento (taxas de variação de 2,1% e 4,9%, respectivamente), e pela diminuição dos subsídios de exploração (-27,7%). 

A capacidade de financiamento das Sociedades Financeiras estabilizou em 1,5% do PIB no 1º trimestre de 2022.

A necessidade de financiamento do setor das AP diminuiu 1,3 p.p. no ano terminado no 1º trimestre de 2022, representando 1,5% do PIB. Tomando como referência os valores trimestrais e não o ano acabado no trimestre, o saldo das AP no 1º trimestre de 2022 atingiu -233,6 milhões de euros, correspondendo a -0,4% do PIB, o que compara com -6,0% no período homólogo.