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Os impactos já visíveis do Covid-19 no mercado imobiliário

22 de abril de 2020

A Cushman & Wakefield publicou a primeira edição do Covid-19 Portugal Market Update, uma publicação que analisa as implicações da actual pandemia nos vários sectores do mercado imobiliário português, nomeadamente nos escritórios, retalho, industrial/logística, hotelaria, residencial e investimento.

Resumidamente vejamos o que indica a consultora para cada um dos segmentos:

Escritórios

Dada a incerteza relativamente ao real impacto do surto de COVID-19, a maioria dos proprietários e arrendatários no sector de escritórios está a adoptar uma estratégia cautelosa de esperar para ver. Ainda não há sinais de impacto imediato nos valores de arrendamento, o que em parte se deve à actual falta de oferta de qualidade. No entanto, espera-se que os inquilinos solicitem incentivos, nomeadamente períodos de carência de rendas.

Retalho

A actual pandemia está a afectar todos os sectores de actividade de retalho, excepto bens de grande consumo. Minimizar perdas e manter o sector sustentável a longo prazo requer uma atitude construtiva de proprietários e inquilinos, bem como da banca e entidades oficiais. A retoma dependerá de quanto tempo levará o retorno à normalidade e se os padrões de consumo voltarão aos níveis anteriores.

Alguns proprietários de centros comerciais perdoaram as rendas enquanto as lojas tiverem que se manter fechadas. Para os outros centros, e embora a legislação de moratória de rendas ofereça aos inquilinos um balão de oxigénio temporário, as negociações caso a caso deverão ser a regra no período pós-proibição.

Industrial & Logística

O aumento exponencial das vendas online trará ao mercado novos intervenientes na área da logística que sairá desta crise claramente beneficiada.

Portugal continua atractivo e espera-se um continuado interesse em investir no sector, com os promotores a retomarem os seus projectos, colmatando a falta de espaços de qualidade nos principais eixos logísticos do país.

Hotelaria

O sector hoteleiro está a ser fortemente atingido pela crise, havendo contudo a percepção generalizada de que as bases fundamentais do turismo não mudaram, e de que a actividade irá retomar gradualmente, assim que as restrições actuais sejam levantadas.

O turismo interno e mercado espanhol desempenharão um papel importante na procura hoteleira. Os operadores já aceitaram que a performance de 2020 será abaixo do previsto, estando já a focar-se no plano de negócios de 2021.

Os investidores neste sector estão nalguns casos a tentar ajustar os preços de aquisição.

Residencial (em colaboração com a Porta da Frente)

A crise actual irá impactar a procura de habitação nos próximos meses. Contudo, na eventualidade de uma rápida recuperação do mercado, não é esperado um ajuste de preços significativo uma vez que ainda se verifica um desequilíbrio entre oferta e procura no país.

A procura por parte de clientes internacionais deverá retomar primeiro, uma vez que Portugal continuará a oferecer as mesmas factores diferenciadores reconhecidos pelos estrangeiros. A resposta rápida e eficaz do Governo e da sociedade à pandemia reforça esta boa reputação.

Investimento

Os investidores internacionais continuam com muito interesse em Portugal. O bom desempenho da economia do nosso país e a resposta ao surto de COVID-19 tem recebido elogios internacionais. Há alguma incerteza quanto aos efeitos a médio/longo prazo da pandemia, mas os investidores mostram intenção de fechar os negócios pendentes assim que o mercado começar a voltar à normalidade. Muitos investidores demonstram a sua disponibilidade para negócios oportunistas nesta altura, enquanto que os players mais conservadores aguardam ainda para ver o desenrolar da situação, estando contudo prontos para investir num futuro próximo.